PATRIMÓNIO

Projetos multidisciplinares sobre Álvaro Siza



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SANDRA MARQUES PEREIRA

Investigadora Dinâmia'CET-Iscte


PAULO TORMENTA PINTO

Professor Catedrático Iscte Tecnologias e Arquitetura
Diretor e Investigador Dinâmia'CET-Iscte


SORAYA GENIN

Professora Iscte Tecnologias e Arquitetura
Investigadora ISTAR-Iscte



Património, arquitetura e sociologia dialogam sobre a obra de Álvaro Siza em três de projetos de investigação. A capacidade de adaptação ao tempo, ao contexto do lugar e aos usos dos edifícios são traços da sua obra.



Três projetos de investigação em torno da obra do arquiteto Álvaro Siza. Qual o âmbito de atuação de cada projeto?

Paulo Tormenta Pinto (PTP) No âmbito das suas agendas para a arquitetura, a FCT entendeu ser importante fazer um trabalho que envolvesse a comunidade científica sobre a arquitetura de Álvaro Siza – por ser uma figura destacada, um intelectual de primeira linha e uma personalidade de grande prestígio internacional.
Foi desencadeada uma call (com a Fundação de Serralves e Ministério da Cultura) para projetos de investigação específicos que aprofundassem a obra do arquiteto. Houve 17 candidaturas, foram aprovados seis projetos e o Iscte acabou por ficar com três. E isto aconteceu graças à diversidade e à transversalidade disciplinar que existe no Iscte onde, neste contexto específico, a arquitetura funciona como uma espécie de charneira entre várias abordagens. Temos uma boa capacidade de trabalho coletivo.

 

Havia linhas orientadoras sobre as temáticas a concurso?

Soraya Genin (SG) As candidaturas corriam em quatro linhas: paisagem, arte, construtivas e questões sociais. Curiosamente ficamos (no Iscte) os três em linhas diferentes. A minha proposta foi dirigida para as questões construtivas.

PTP Já o nosso projeto está relacionado com as questões urbanas e a transformação das cidades, ocorridas em Portugal depois da Expo 98. Queremos perceber qual é o papel da arquitetura do Siza nesta transformação.

Sandra Marques Pereira (SMP) A linha de investigação em que estou a trabalhar é relacionada com a vivência e usos da arquitetura de Siza e, portanto, envolve sociologia, antropologia, etc. Queria que se abordasse uma área pouco estudada em termos de habitação.
Associa‑se o Siza habitualmente ao SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), à habitação social na Holanda ou em Berlim. A nossa proposta (da equipa) foi pegar em três obras que representassem uma parte da trajetória profissional do arquiteto, mas também que reflitam as condições de produção e das políticas de habitação, e do setor privado. Propomo‑nos fazer três estudos de caso que representam momentos da sua história e deste tempo coletivo: o Bairro da Bouça (no Porto), os Terraços de Bragança (em Lisboa) e a Torre em Nova Iorque – que é o seu reconhecimento máximo como arquiteto global.


Já existia a vontade de trabalhar sobre a obra de Siza?

SG Tenho um interesse especial porque também sou presidente da Comissão Nacional Portuguesa do ICOMOS (International Council on Monuments and Sites) que apresentou, em 2017, a candidatura das obras do Siza a património mundial.
Fez‑se então uma lista indicativa de obras a selecionar, a qual foi aprovada pela comissão nacional da UNESCO. Assim, este projeto também está a desenvolver a pesquisa necessária ao êxito desta candidatura. É preciso fazer uma série de estudos, tem de se provar o valor excecional da obra, identificar os atributos do Siza. O projeto designa‑se “Siza ATLAS: filling the gaps for World Heritage”. Havia inicialmente 18 obras selecionadas, agora são oito, nacionais, para apresentar na candidatura a património mundial. Isso pressupõe que se garanta a gestão do sítio. Escolhemos, portanto, as obras que já estão classificadas como monumento nacional e imóvel de interesse público, porque essas obras têm proteção e garantem a conservação.


Quais as obras que vão sustentar a candidatura a património mundial?

SG A Piscinas de Marés e a Casa de Chá de Boa Nova (Leça da Palmeira), o Bairro da Bouça, Faculdade de Arquitetura, Museu de Serralves (Porto), a casa Alves Costa (Caminha), a igreja de Santa Maria (Marco de Canavezes) e o Pavilhão de Portugal na Expo (Lisboa). Todas estão protegidas, embora tenham graus de complexidade diversa.
Esta candidatura surge num contexto de reflexão e debate que vê que património moderno está muito pouco representado no património mundial reconhecido. A UNESCO corrobora a ideia de que é preciso alargar a tipologia de bens e do classificado, pois quando falamos em património pensamos logo no antigo: castelo, palácio, convento, etc. Mas o património moderno também tem valor universal!

PTP No projeto que lidero, a “Monumentalidade Crítica de Álvaro Siza”, estamos essencialmente a trabalhar com a obra do Siza para analisar um momento particular das políticas públicas no revitalizar das cidades, particularmente no período que se seguiu à Expo’98. Ao abrigo do Programa Polis, o arquiteto Siza acabou por desenvolver trabalho em quatro municípios: Chaves, Viana do Castelo, Vila do Conde e Matosinhos. Estes são casos de estudo e permitem‑nos perceber o know how que foi acumulando nessas intervenções de revitalização urbana, que se constituiu à volta das experiências que tinham sido preparadas aqui para Lisboa, onde o Pavilhão de Portugal é uma peça central.


De que forma é que essa experiência é pertinente na obra do Siza?

PTP Normalmente há um certo desejo de monumentalização dos territórios e a obra do Siza aparece a operar criticamente dentro dessas dinâmicas. Do ponto de vista mais geral, do estado da arte, é frequente uma análise muito focada nos objetos arquitetónicos. No nosso projeto, mais ancorado com o eixo da paisagem, procurou‑se descolar dessa dimensão mais arquitetónica, mais objetal (não comparável), e estabelecer uma visão larga sobre o modo como estes projetos se integram dentro de operações de maior âmbito. Há aqui uma interligação com o trabalho que a Soraya desenvolve. A experiência de grande relação com os sítios, está também na arquitetura do Siza para obras de maior dimensão e congrega uma sensibilidade sobre o modo de interpretar a arquitetura que tem um fundamento pedagógico. Por essa razão, esse trabalho é trazido para a sala de aula. De uma maneira mais Em termos de relevância cultural, no campo da arquitetura, a obra de Álvaro Siza transcende a nossa própria contemporaneidade direta, os nossos alunos foram desafiados a fazer ensaios de arquitetura que pudessem dialogar com estas operações, tentando extrair daí uma tomada de consciência sobre o todo, o itinerário crítico e teórico da arquitetura portuguesa contemporânea, onde o Siza é uma figura destacada. Nos arquitetos há uma postura unânime quanto ao prestígio, a reputação e a presença de Álvaro Siza neste período contemporâneo. Ele é de uma importância que transcende a nossa própria contemporaneidade, em termos de relevância cultural no campo da arquitetura.


Bairro Malagueira Evora Alvaro Siza Bairro da Malagueira, Évora ©DR
 Pavilhao Portugal Alvaro Siza Pavilhão Portugal, Lisboa ©DR

Bairro Bouca Porto Alvaro Siza Bairro da Bouça, Porto ©Pedro Ferreira
Terraços Bragança Alvaro Siza Terraços de Bragança ©Pedro Ferreira
torre nova york Alvaro Siza Torre, Nova Iorque ©Nuno Grande



Em termos de relevância cultural, no campo da arquitetura, a obra de Álvaro Siza transcende a nossa própria contemporaneidade.



Fizeram também entrevistas com Siza no âmbito dos projetos. O que destacam?

SMP Foi muito interessante, do ponto de vista sociológico, ver nele um grande pragmatismo e uma grande inteligência institucional na ligação com os clientes. Também falamos do seu método de projeto. Para quem, como eu, não é da área, interessa desconstruir a ideia do “artista caprichoso”. Dou aulas em arquitetura e vejo, da parte dos alunos, a mitificação extrema da figura do arquiteto. É evidente que há em Siza uma capacidade distintiva, um talento, mas também há racionalidade, conhecimento, e sobretudo muito pragmatismo na adaptação ao contexto de produção da obra. Isso é muito interessante.


No seu projeto “Siza_3city” estão em análise três edificados de Siza?

SMP A ideia é abordar os três casos do ponto de vista da produção – o modus operandi, a cadeia de produção do bem imobiliário, e como é que ela se vai alterando ao longo do tempo – e do ponto de vista do consumo, da apropriação por parte das pessoas. Há uma questão fundamental que é a valorização imobiliária das assinaturas de um arquiteto mundialmente conhecido, um Pritzker. Esse é um aspeto fundamental na Torre de Nova Iorque e nos Terraços de Bragança; é interessante porque vamos percebendo o processo e as campanhas. O marketing é uma peça chave da construção da marca Álvaro Siza, e da narrativa adjectivante da Torre de Nova Iorque. Há em Siza uma capacidade distintiva, talento, racionalidade, conhecimento e pragmatismo na adaptação ao contexto de produção da obra. Depois, do ponto de vista da apropriação, do consumo, vamos agora lançar um inquérito na Bouça. A ideia é ver como é que as pessoas se apropriam da obra, e quais são as motivações e as perceções de viver numa casa Siza. Temos na equipa a Idalina Machado, que tinha feito, do ponto de vista sociológico, a sua tese de doutoramento sobre a primeira e a segunda fase desse empreendimento do Porto. Agora o ‘bairro’ está a ser vendido e reocupado e, isso, sugere uma transformação muito grande. A própria valorização simbólica de Siza, altera a perceção e o valor imobiliário daquele espaço.
A última década é um manancial de transformações do ponto de vista habitacional, inclusive do ponto de vista do valor do projeto. Já a Torre de Nova Iorque é um caso muito interessante porque nunca foi estudado, mas também porque é uma realidade do mercado mais competitivo do mundo e introduz questões surpreendentes.


Um certo estímulo à apropriação do edificado, por quem o visita e por quem o habita, permanece para lá da obra de Siza?

SG Também temos estado a debater‑nos com estas mesmas questões, de apropriação das casas, sobretudo na Malagueira (bairro em Évora). E, tal como o Paulo trouxe o projeto para as aulas, também envolvi uma turma de Projeto Final de Arquitetura (PFA) do Iscte (que coordeno). Os alunos aprendem imenso com Siza e a questão das habitações é muito pertinente, porque as pessoas quando se apropriam (do construído) acabam sempre por alterar e fazer ao seu jeito, modo e vontade. Para elevar uma propriedade a património mundial isso traz problemas, mas é o próprio Siza que admite alterações!
Na Malagueira, no projeto de pormenor, há a tipologia A e B e depois as próprias pessoas começam a pedir para baixar o muro, para introduzir a escada no pátio, etc. E é o próprio arquiteto Siza que vai fazendo alterações a um projeto original. Diz que as pessoas são livres. E diz que a arquitetura é feita com o tempo. Recentemente fez a renovação do Bairro da Bouça e introduziu as marquises. O que é fantástico no Siza é que ele se adapta às pessoas!


Siza é um desconstrutor da imagem do arquiteto inacessível e faz uma arquitetura muito permeável ao tempo e às pessoas?

PTP Essa questão é interessante. No nosso projeto também fizemos uma entrevista a Siza, como ponto inicial e focando muito o período do projeto, que é o fim dos anos 1990 até à primeira década e meia do século XXI. Ora ele posicionou a entrevista nos primeiros anos da sua produção – 1960/1970, em que trabalhou no campo da habitação em Caxinas, tendo como cliente António Vila Cova, um promotor local, que dominava na altura a construção e a vida dos pescadores.
Nessa época trabalhou numa situação precária, em obras que estavam em curso. É algo muito interessante, pois revela aceitação das condições de produção que estão colocadas à partida. Aqui não é o contexto de primeira linha, de processos neoliberais da contratação, como acontece agora em Nova Iorque. Depois de Caxinas, falou‑nos dos trabalhos de habitação social na Holanda e na Alemanha, projetos esses que lhe permitiram manter a atividade de arquiteto, depois da revolução portuguesa e do SAAL. Essas obras de habitação social realizadas em contextos externos foram uma oportunidade para compreender os vários territórios, procurando introduzir legibilidade urbana em cada um desses sítios.



Há em Siza uma capacidade distintiva, talento, racionalidade, conhecimento e pragmatismo na adaptação ao contexto de produção da obra.



Sandra_Pereira_Paulo_T_Pinto_Soraya_Genin


Siza é afinal completamente adaptável?

PTP Siza não leva uma matriz arquitetónica ou uma tipologia previamente ensaiada, para a aplicar em cada um dos territórios. Pelo contrário, os territórios, a sua evolução morfológica e urbanística, são argumentos que utiliza para reinterpretar o programa que tem de desenvolver em cada um desses sítios. O nosso projeto aborda essencialmente o conceito de monumentalidade. Com isso pretendemos questionar as expectativas que se colocam sobre a produção do mais reputado arquiteto português, cuja a obra foi desenvolvida num período marcado por um certo estrelato dos arquitetos, e pela sublimidade icónica das grandes obras. O início da carreira de Álvaro Siza é fundamental para perceber a postura crítica que foi mantendo.


SG O respeito pelas questões sociais, tem‑no igualmente pelas questões do território. Adapta-se e diz: a ideia está no sítio. Ele não arrasa para fazer de novo. Um bom exemplo disso é a reconstrução do Chiado. Ele retoma a fachada original do período pombalino e estuda o lugar e, por outro lado, rompe o tardoz dos edifícios, recriando espaços para o percurso. Para ele a importância do lugar estava no plano.

PTP Isto reforça a ideia da legibilidade da cidade, que tem a ver com grande parte das decisões do arquiteto partirem de uma análise muito cuidada sobre o metabolismo daquele sítio.
Siza não só atribui importância ao regresso e estudo da tipologia pombalina, mas ele conseguiu fazer uma coisa surpreendente que é cruzar essa matriz com um extrato do território anterior à própria reconstrução pombalina. Consegue percecionar os percursos da cidade medieval que existem naquele sítio e essa leitura do lugar dá‑lhe argumentos interpretativos para uma ação arquitetónica contemporânea. Os percursos de acesso ao Carmo não são mais que o retomar um percurso que existia antes do plano de Eugénio dos Santos (arquiteto responsável pela reconstrução da Baixa Pombalina de Lisboa após o terramoto de 1755) sobre aquele território.



Álvaro Siza numa simples frase?

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SANDRA MARQUES PEREIRA

Ele é um pragmático inteligente, que pensa pela própria cabeça. E tem sentido de humor.


SORAYA GENIN

Podia dizer que é um humanista, um artista, transforma o simples em arte. Pessoa muito humilde e na obra dele transparece a verdade do sítio, como se ele trabalhasse o sítio de uma forma simples, mas que fosse adequada ao lugar. Tudo o que faz está sempre relacionado com o lugar e tem sempre esta questão da tradição e da modernidade.


PAULO TORMENTA PINTO

Vivemos num período de grande fragmentação e com grandes dúvidas e grandes ruturas, do ponto de vista social e político. Esta desorientação arrasta‑se também à arquitetura. O que me parece fundamental no Siza é a capacidade de trabalhar sobre as invariáveis da arquitetura. Um termo que, aliás, o seu mestre, Fernando Távora, utilizava: as invariáveis. Nesse sentido ele mantém, protegida, uma certa cultura arquitetónica, que consegue congregar na sua produção.



Nestes vossos projetos procura‑ se a valorização do percurso e da obra do arquiteto Álvaro Siza, mas não deixa de ser curioso que esse reconhecimento esteja concentrado no Iscte?

PTP É muito curioso que seja o Iscte mas também que haja uma predominância dos seis projetos selecionados pela FCT na área de Lisboa, já que a obra de Álvaro Siza é mais frequente no norte do país. Assim, para além dos três projetos que têm acolhimento no Iscte, decorrem dois outros também no IGOT e no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa. A Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto acolhe também um projeto.

SMP No caso da Soraya há já um grande trabalho anterior que ela tinha, mas no meu caso houve uma call e este projeto foi uma oportunidade para ver, do ponto de vista sociológico, a arquitetura de um grande autor, de um prémio Pritzker português. Mas, à medida que o trabalho se vai desenvolvendo, é impossível ficar indiferente à figura. Creio que nunca faria esta investigação se não tivesse havido uma call.


Quais são os resultados que podemos vislumbrar a partir destes projetos de investigação que terminam em 2024?

PTP Vamos lançar o livro “Critical Monumentality” com os resultados, na segunda quinzena de novembro, na Casa da Arquitetura em Matosinhos. Há uma questão importante: a obra, o espólio do arquiteto Siza não está todo concentrado no mesmo sítio. Há uma parte substancial aqui em Portugal, na Fundação Gulbenkian, e em Serralves, mas a maior parte está no Canadá, no Canadian Centre of Architecture (CCA). Estivemos lá em pesquisa e temos, portanto, um conjunto de materiais inéditos relativos à obra do Siza que pretendemos publicar neste livro. Para além de uma perspetiva sobre as políticas de orientação nas cidades, há esta questão de um conjunto de fontes primárias que foram consultadas e que vão revelar material inédito. Depois projetamos juntar os municípios de Chaves, Vila do Conde, Viana do Castelo e Matosinhos no lançamento do livro, como forma de valorizar a obra do Siza e as ideias que temos sobre a sua produção. O livro terá uma edição em português, depois em inglês.

SG Nós temos previsto editar um livro em papel “Atlas do Siza”, mas sobretudo deixar uma plataforma colaborativa digital. Vamos ao site do Siza e digitalmente não há nada. Assim, estamos a fazer um inventário completo das obras dele que irá para uma plataforma que vai ser construída ao nível informático, aqui no Iscte, e que tem caraterísticas diferentes de um site normal: permitirá pesquisar, cruzar palavras, terá possibilidades de pesquisa georreferenciada, com tecnologia SIDOC1. Faz parte da equipa a Luisa Domingues, que é do Departamento de Ciências e Tecnologias de Informação (DCTI), portanto estamos a trabalhar nessa área para que seja uma ferramenta eficaz para os investigadores e quem quiser saber mais.



Siza diz que as pessoas são livres. E diz que a arquitetura é feita com o tempo. Recentemente fez a renovação do Bairro da Bouça onde introduziu as marquises.





E terminando o prazo do projeto, como é que uma plataforma dessa envergadura se atualiza?

SG Esse é o problema com que terei de lidar a seguir. Uma das próximas tarefas é ver como poderemos manter o site, que será em inglês e bilingue a prazo. Devo sublinhar que temos tido muita colaboração dos arquivos, tanto da Gulbenkian, como de Serralves, como o CCA, temos acesso quase livre. A Câmara de Lisboa e a Câmara do Porto também colaboram.

SMP Como outputs, o nosso projeto pretende ter um livro, uma Summer School, mas no fundo penso que mais importante é a abordagem temática. São as metodologias e o trabalho interdisciplinar entre as ciências sociais e a arquitetura, que é algo que nesta universidade/Iscte faz todo o sentido. E a outra perspetiva é a da abordagem da produção imobiliária, no contexto contemporâneo de mercados imobiliários muito competitivos, e do estatuto, da assinatura de Siza, na comercialização na competitividade imobiliária que é um fator muito importante.




Obra de Siza candidata a património mundial


Oito projetos do arquiteto Álvaro Siza integram a candidatura a Património Mundial da UNESCO, que foi submetida a 6 de abril.


A candidatura intitulada “Obras de Arquitetura de Álvaro Siza em Portugal” faz parte da lista indicativa do Património Mundial de Portugal desde 2016, com uma lista de 18 projetos, que foi, entretanto, reduzida a oito.

Os escolhidos são:
o edifício da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a Piscina das Marés, a Casa de Chá da Boa Nova, o Museu de Serralves, o Pavilhão de Portugal em Lisboa, o Bairro da Bouça, a Igreja do Marco de Canavezes e a Casa Alves Costa em Caminha.

Os casos do Bairro da Bouça, no Porto, e a Casa Alves Costa, em Caminha, estão ainda na fase de serem submetidos para classificação nacional. De qualquer forma a candidatura está a ser preparada para ter extensões futuras, permitindo associar outros projetos do arquiteto, nomeadamente algumas que estavam na lista indicativa inicial: a Malagueira, em Évora, ou o Chiado, em Lisboa.





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