A transformação da dinâmica laboral nas últimas décadas, impulsionada pela inovação tecnológica, globalização e, mais recentemente, pela pandemia da COVID-19, tem alterado profundamente os modelos de trabalho tradicionais. O trabalho remoto emergiu como uma alternativa viável e, em muitos casos, permanente, exigindo das organizações novas formas de gestão e adaptação cultural. Apesar de existirem contributos na literatura sobre a gestão de equipas remotas, observam-se lacunas importantes que esta investigação procura colmatar, nomeadamente a escassa compreensão das: (1) dinâmicas de coesão nas equipas remotas e/ou híbridas; e (2) dificuldades em manter o sentido de pertença dos colaboradores remotos à organização. Para dar resposta a estas lacunas, adotou-se uma abordagem construtivista, combinando a Nominal Group Technique (NGT), o Interpretive Structural Modeling (ISM) e o algoritmo de Floyd-Warshall. A investigação foi desenvolvida com o contributo de profissionais com experiência em gestão de equipas remotas, permitindo identificar e hierarquizar 16 iniciativas estratégicas, organizadas em sete níveis, que promovem a coesão e o desempenho das equipas. Entre estas, destacam-se o acolhimento emocional, a escuta ativa, o alinhamento de expectativas e o reforço do reconhecimento interpessoal como bases fundamentais. A fim de garantir a credibilidade e a qualidade dos resultados, realizou-se uma sessão de consolidação com um representante diretivo de uma empresa privada, permitindo validar o modelo no contexto empresarial real em Portugal e obter recomendações práticas. O modelo final contribui para a mitigação das lacunas identificadas na literatura e oferece uma ferramenta de apoio à tomada de decisão aos gestores de equipas, promovendo uma gestão mais humana, coesa e eficaz em contextos de trabalho remoto.

The transformation of the labor dynamic over recent decades—driven by technological innovation, globalization and, more recently, the COVID-19 pandemic—has profoundly altered traditional work models. Remote work has emerged as a viable and, in many cases, permanent, alternative, requiring organizations to adopt new management practices and cultural adaptations. Although the literature includes contributions on remote team management, there are significant gaps that this research seeks to address, particularly the limited understanding of: (1) cohesion dynamics within remote and/or hybrid teams; and (2) the challenges of maintaining a sense of belonging among remote employees. To address these gaps, a constructivist approach was adopted, combining the Nominal Group Technique (NGT), Interpretive Structural Modeling (ISM), and the Floyd-Warshall algorithm. The study was carried out with input from professionals experienced in managing remote teams, enabling the identification and hierarchical structuring of 16 strategic initiatives, organized across seven levels, aimed at promoting team cohesion and performance. Among these, emotional onboarding, active listening, expectation alignment, and reinforcement of interpersonal recognition stand out as foundational elements. To ensure the credibility and quality of the results, a consolidation session was held with an executive representative from a private company, allowing the model to be validated in a real business context in Portugal and to generate practical recommendations. The final model contributes to addressing the gaps identified in the literature and provides team managers with a decision-support tool that promotes more human-centered, cohesive, and effective management in remote work settings.