Title
Hegemonic masculinity and right-wing populism: The case of Chega
Author
van der Does, Sophie
Summary
pt
A direita radical é dominada por homens, e, no entanto, há pouca investigação sobre o papel da masculinidade na criação deste apoio. Na minha tese, analiso esta lacuna teórica através de um partido populista de direita emergente em Portugal, chamado Chega. Faço duas contribuições: procuro iluminar o papel da masculinidade no apelo ideológico de Chega, e ao fazê-lo, procuro lançar luz sobre o que o caso português nos pode dizer sobre o papel da masculinidade e da extrema-direita em geral. Para explorar a ligação entre a masculinidade e o populismo de direita do Chega, conduzo uma análise discursiva sobre os programas políticos do partido e a sua conta no Twitter. A minha análise mostra que a masculinidade tem um papel importante no desempenho populista deste partido, e sustenta mesmo a sua orientação populista. Por outras palavras, o uso da masculinidade fortalece o apelo populista do Chega, uma vez que é usada para reforçar o antagonismo principal entre ‘o povo’ e ‘a elite’. No entanto, embora a masculinidade enquanto tal nunca seja explicitamente tematizada, mostro que está sempre a trabalhar em segundo plano. Assim, o caso português mostra que o género é parte integrante central do populismo de extrema-direita.
en
The radical-right is dominated by men, and yet there is little research on the role of masculinity in creating this support. In my thesis, I look into this theoretical gap by means of an emerging right-wing populist party in Portugal, called Chega. I make two contributions: illuminate the role of masculinity played in Chega’s ideological appeal, and whilst doing so, shed light on what the Portuguese case can tell us about the role of masculinity and the extreme-right at large. To explore the link between masculinity and Chega’s right-wing populism, I conduct a discourse analysis on the party’s political programs and their Twitter account. My analysis shows that masculinity plays an important role on the populist performance of this party, as it underpins its populist direction. In other words, the use of masculinity strengthens Chega’s populist appeal, as it is used to reinforce the main antagonism between ‘the people’ and ‘the elite’. However, even though masculinity as such is never explicitly thematized by Chega, I show that masculinity is at work in the background. Thus, the Portuguese case shows that gender is integral to the populist aspects of the far-right.