Título
Evidence of racial stereotyping in white portuguese children's judgments: The shifting standards model tested with children
Autor
Mégevand, Laura Boavida
Resumo
pt
O modelo de mudança de standards - shifting standards model – (Biernat, Manis & Nelson, 1991) sugere que membros de grupos estereotipados podem ser avaliados como
tendo as características atribuídas aos seus grupos mas também, podem por vezes ser
julgados em comparação com estereótipos relativos aos seus grupos, e consequentemente,
serem avaliados de uma maneira que contrasta com esses estereótipos. Escalas objectivas
podem revelar efeitos de assimilação na medida em que o critério de avaliação mantém o
mesmo significado independentemente do alvo avaliado. Já escalas subjectivas permitem
que um dado alvo seja comparado a standards relativos ao grupo ao qual este pertence,
podendo revelar efeitos nulos ou de contraste. Examinámos este modelo junto a uma nova
população: crianças. A partir dos 6 anos de idade, as crianças começam a desenvolver
estereótipos raciais e a utilizá-los para avaliarem os outros. Investigámos a maneira como
a avaliação de Negros e Brancos em duas dimensões estereotípicas (matemática e
basquetebol) é influenciada pelo tipo de escalada de avaliação (objectiva versus
subjectiva), em crianças portuguesas brancas nos 1º e no 4º anos de escolaridade. Não
houve resultados significativos no domínio de basquetebol. Para matemática, as crianças
no 1º ano de escolaridade avaliaram os alvos negros versus brancos de acordo com o
estereótipo de que os Negros são piores a matemática do que os Brancos, atribuindo
objetivamente pontuações menos elevadas ao Negros do que aos Brancos. O padrão das
avaliações por parte destas crianças sugere um efeito de mudança de standards, quando
as avaliações são feitas em escalas subjectiva. Contrariamente ao esperado, as crianças no
4º ano de escolaridade não avaliaram os alvos de acordo com o estereótipo acima
referido. No entanto, para este grupo etário, tanto as avaliações dos alvos negros como as
dos alvos brancos foram diferentes em função do tipo de escala utilizada, o que sugere
que o tipo de escala de resposta influencia a forma como os estereótipos são visíveis,
apontando para a necessidade de se ser prudente ao interpretar resultados de estudos sobre
estereótipos em crianças.
en
The shifting standards model (Biernat, Manis & Nelson, 1991) suggests that although
frequently members of stereotyped groups are judged as having the characteristics
attributed to their group, sometimes they can be judged in comparison to standards
specific to their group, thus contrasting from the group stereotype. Objective scales may
reveal assimilation effects because they have the same criterion of evaluation for
everybody, whereas subjective scales may show contrast or null effects, because they
allow the use of different standards of comparison for people from different groups, based
on group stereotypes. We examined this model among a novel group: children. As early
as 6, children start developing racial stereotypes and may use them to form judgments.
We tested the influence of objective versus subjective response scales on white
Portuguese first and fourth graders’ evaluations of Blacks versus Whites on mathematics
ability and basketball performance. No significant results were found in the domain of
basketball ability. We found a suggestion of the shifting standards effect with first
graders. Unexpectedly, fourth graders’ rated Blacks higher objectively than Whites on
mathematics ability. For fourth graders, both blacks and whites were rated differently
depending on whether the scale was subjective or objective. This raises questions about
how to interpret data on stereotyping in children.