Título
Impacto da utilização de emoji na intenção de compra de preservativos
Autor
Vareta, Gonçalo Filipe Farrica
Resumo
pt
A evolução tecnológica tem alterado o paradigma da comunicação em geral, possibilitando
novas formas de comunicação. A comunicação mediada por aparelhos eletrónicos (EMC)
trouxe a possibilidade das pessoas desenvolverem entre si, ou manterem mais facilmente,
comunicações à distância. Este facto é também facilitado pelo contínuo enriquecimento e
complexificação da EMC, aproximando-a, cada vez mais, da comunicação cara-a-cara e das
pistas não verbais que a caracterizam. Surge, assim, a utilização de emoji em EMC como
complemento ao conteúdo verbal de uma mensagem, acrescentando representações gráficas
de expressões faciais, emoções, sentimentos, animais, plantas, objetos, entre muitos outros. A
utilização de emoji em comunicação ocorre não apenas em EMC, mas também em cenários
publicitários, ou seja, na comunicação entre pessoas e marcas. Torna-se relevante perceber
como é que esta forma de comunicação se desenrola e como é que as marcas podem
beneficiar da utilização de emoji ou serem prejudicadas pela mesma. Realizámos um estudo
experimental (N = 170; 63.5% participantes do sexo feminino; Midade = 22,56, DP = 3,25),
com o intuito de compreender se a utilização de emoji em embalagens de preservativos tem
impacto na perceção de personalidade de marca e, consequentemente, na sua intenção de
compra. Os resultados mostram que a intenção de compra de preservativos não beneficiou da
inclusão de emoji (vs. controlo). Pelo contrário, a inclusão de um emoji alegre
parece ter prejudicado a intenção de compra, dado que a marca foi percebida como menos
calorosa. Porém, esta mediação verificou-se apenas entre participantes com baixa frequência
de uso de preservativo. Os resultados vão ao encontro de outras investigações ao sugerir que
os efeitos da utilização de emoji dependem do contexto em que estes são inseridos.
en
The technological evolution has changed the paradigm of communication in general, allowing
for new ways of communication. Electronic mediated communication (EMC) allows the
possibility for people to develop, or easily maintain, communications at a distance. This is
also facilitated by the continuous improvement and complexity of EMC, bridging this type of
communication closer to face-to-face communication and the non-verbal cues that
characterize it. Thus, the use of the emoji in EMC is a complement to a message’s verbal
content, adding graphical presentations of facial expressions, emotions, feelings, animals,
plants, objects, among others. This practice occurs not only when people communicate, but
also when brands communicate. Thus, it is important to understand how this form of
communication occurs and how brands can benefit, or not, from the use of the emoji in their
products. We conducted an experimental study (N = 170; 63.5% women; Mage = 22,56, SD =
3,25) aimed at understanding if the use of emoji in packages of condoms had an impact in the
perception of brand personality and, consequently, in the intention to purchase this product.
Our results show that the intention to purchase condoms did not benefit from the use of the
emoji (vs. control). In fact, the inclusion of a happy emoji decreased the intention to
purchase the product, because the brand was perceived as less warm. However, this mediation
was observed only among participants with low frequency of condom use. These findings are
aligned with results from other studies in this area by showing that the positive effect of emoji
usage depend on the context in which they are used.