Teses e dissertações

Mestrado
Título

Parafarmácias nos hipermercados em Portugal: novos territórios para novos consumos terapêuticos?

Autor
Monteiro, Paulo Jorge Esguedelhado
Resumo
pt
Nas sociedades pós-modernas, o corpo emerge como um receptáculo maleável com valor simbólico, simultaneamente palco de memória e transformação, legitimando os fenómenos de protagonismo leigo, na gestão dos consumos terapêuticos. Os medicamentos, vitaminas e produtos cosméticos, têm feito a sua progressão do domínio médico, para o mercado de massas, como produtos associados ao estilo de vida. Em particular, o fenómeno da automedicação, ao corporizar um movimento centrífugo dos medicamentos, do domínio puramente pericial para um de contornos fluidos, designado por alguns autores de “Autonomias leigas” e entendido como “encorporação” com distintas plasticidades, dos conhecimentos periciais, apresenta-se como um território a justificar a investigação sociológica. A possibilidade da venda de MNSRM (Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica) fora das farmácias, consagrada por vias da legislação publicada em Agosto e Setembro de 2005, permitiu o surgimento de um significativo número de “Locais registados para venda de MNSRM”, vulgo Parafarmácias, integrando o retalho alimentar. Estes espaços distinguem-se das farmácias nos planos simbólico (espaço de saúde versus espaço de doença) e funcional (preços mais baixos e comodidade na compra). A parafarmácia é assim fruto de uma circunstância material, mas que se afirma enquanto objecto/espaço simbólico que emerge de um contexto ideológico específico. É objectivo desta Tese, a exploração da relevância, segundo o olhar sociológico, do fenómeno social emergente das parafarmácias nos hipermercados e respectivos consumos terapêuticos, procurando perceber a singularidade destes espaços no que respeita as percepções e práticas por eles geradas, em particular a eventual materialização de novas condições para a disseminação da medicalização e “farmacologização” na sociedade Portuguesa.
en
In post-modern societies, body emerges as a flexible surface with symbolic value, simultaneously stage of memories and transformation, amplifying the expression of lay action in the management of health consumptions. Non-prescription medicines, vitamins and cosmetic products have made their way to the mass market as life-style tools. Self-medication, in particular, by incarnating a continuous pathway of the medicines from the purely expert dominance to another one, which presents itself with fluid borders and often pragmatic content, designated by some authors as “lay autonomy”, is a prolific ground for the sociological investigation. The possibility, consecrated by law in 2005, for the non-prescription medicines to be sold outside the conventional Portuguese pharmacies, allowed the proliferation of Parapharmacies, especially those located in food retail shops, namely hypermarkets. These new environments distinguish it selves from the community pharmacies both in the symbolic perception (wellness vs. illness) and functional usage (lower prices and convenience). Born out of a circumstantial episode, this phenomenon presents nowadays, ideological implications. The present dissertation and the associated empiric investigation, pretends to explore, from a sociological perspective, the singularity of these special territories, especially the representations they induce and the practices they promote, questioning their role in the presumed dissemination of the medicalization and “farmacologization” of the Portuguese society.

Data

05-abr-2011

Palavras-chave

Consumption
Consumo
Espaço
Space
Corpo
Body
medicalização
teoria social
medicalization
social theory

Acesso

Acesso livre

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