A associação do Amor Romântico com o ato de ‘contar uma história’ dá base a esta forma moderna de amor, que utiliza a expressão artística para gerar referências, normas e estruturas relacionais padronizadas. Quando analisado não como simples sentimento, mas como uma construção social ou sistema de crenças, o Amor Romântico é acompanhado por ferramentas de perpetuação ideológica, sendo uma dessas ferramentas influenciadoras relevantes na modernidade o cinema hollywoodiano. O objetivo desta pesquisa, portanto, é analisar a conexão entre o cinema norte-americano e a perpetuação da Ideologia Romântica na sociedade ocidental contemporânea, especialmente no que diz respeito às performances de feminilidade e masculinidade inseridas nas dinâmicas relacionais monogâmicas e heterossexuais. Esta conexão será explorada por meio da busca e identificação de Padrões Narrativos e Papéis Normativos de Gênero presentes em dois filmes: Titanic (Cameron, 1997) e Eternal Sunshine of the Spotless Mind (Gondry, 2004), de maneira a refletir sobre uma possível relação de causalidade entre a indústria cultural cinematográfica e a Ideologia Romântica normativa.

The association of Romantic Love with storytelling is the basis of this modern form of love, which uses artistic expression to generate standardized romantic references, norms, and structures. When analyzed not as a simple feeling but as a social construct or belief system, Romantic Love is accompanied by tools for ideological perpetuation, and one of the influential tools that stands out in modernity is Hollywood cinema. Therefore, the objective of this research is to analyze the connection of American cinema with the perpetuation of the normative Romantic Ideal in Western society, especially concerning the performances of femininity and masculinity embedded in monogamous and heterosexual relational dynamics. This connection will be explored through the search and identification of narrative patterns and normative gender roles within two films: Titanic (1997) and Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004), in order to reflect on the possible causal relationship between the cinematic cultural industry and normative Romantic Ideology.