Num ambiente desafiante, em constante evolução e inovação, onde os desafios no equilíbrio entre as exigências pessoais e profissionais se intensificam, torna-se fundamental acrescentar à pesquisa existente sobre Equilíbrio Trabalho Vida (ETV) informação sobre como é que os trabalhadores, de diferentes idades, estado civil, género ou responsabilidades parentais, perspetivam e vivenciam o ETV. Assim, através de uma metodologia qualitativa, com apoio de um guião de entrevista semiestruturada, foram entrevistados 18 trabalhadores da mesma organização e demograficamente heterogéneos. Os dados foram analisados pelo método de análise temática (Braun e Clarke, 2006), surgindo cinco temas: (1) Da separação à mistura da vida pessoal com a vida profissional; (2) A construção do ETV ao longo da vida pessoal e profissional; (3) Ocupações genderizadas da vida pessoal às ocupações partilhadas; (4) Ocupações “etarizadas” da vida pessoal às ocupações partilhadas; (5) Práticas/Facilitadores de ETV. Em temos gerais, os resultados obtidos indicam que, os trabalhadores tendem a viver o ETV mais como separação do trabalho com a vida pessoal, do que, como mistura. Tal escolha sublinha a importância de se definirem fronteiras claras entre estes dois domínios. Os resultados acrescentam ainda, que o ETV é construído ao longo das fases de vida, com maior foco na vida pessoal à medida que se envelhece. Nesta construção, os trabalhadores de meia-idade são mais afetados. Este estudo fornece informações úteis para políticas públicas, organizações, e trabalhadores, facilitando a implementação de práticas de ETV adaptadas às diferentes idades, possibilitando uma gestão mais eficaz dos compromissos profissionais e pessoais dos trabalhadores.

In a challenging and ever-evolving environment, where the challenges in balancing personal and professional demands intensify, it becomes crucial to add knowledge to the existing research on Work- Life Balance (WLB) regarding how workers of different ages, marital statuses, genders, or parental responsibilities perceive and experience WLB. Therefore, through a qualitative methodology supported by a semi-structured interview guide, 18 workers from the same organization, with diverse demographics, were interviewed. The data were analyzed using the thematic analysis method (Braun and Clarke, 2006), yielding five themes: (1) From separating personal life from professional life to blending them; (2) Constructing WLB throughout personal and professional life; (3) Gendered divisions of personal life to shared responsibilities; (4) Age-related transitions from personal to shared responsibilities; (5) WLB Practices/Facilitators. In general terms, the results indicate that workers tend to experience WLB more as a separation between work and personal life rather than as a blend. This choice highlights the importance of defining clear boundaries between these two domains. The results also suggest that WLB is constructed across life stages, with a greater focus on personal life as individuals age. In this construction, middle-aged workers are more affected. This study provides valuable insights for public policy, organizations, and workers, facilitating the implementation of WLB practices tailored to different age groups and enabling more effective management of workers' professional and personal commitments.