O sistema imunitário comportamental é um sistema de defesa desenvolvido através da seleção natural. Este sistema coordena uma série de respostas com o principal objetivo de evitar o contacto com agentes patogénicos. A memória é uma componente essencial deste sistema, e os indivíduos têm melhor desempenho na recordação de pistas de contaminação. No entanto, o mecanismo proximal desta vantagem mnésica ainda está sujeito a debate. Os estudos anteriores concentram-se principalmente nos processos cognitivos como potenciais mecanismos proximais. Em contraste, a presente investigação focou-se no papel da emocionalidade. Para esse fim, tivemos o objetivo de replicar o efeito de contaminação e expandir estudos anteriores ao determinar de que forma as pistas de contaminação impactam os indicadores psicofisiológicos. Os resultados revelaram que o desempenho na evocação foi superior para objetos codificados como potenciais fontes de contaminação do que para objetos neutros. Além disso, na exposição de pistas de contaminação, as desacelerações da frequência cardíaca foram significativamente maiores do que na exposição a pistas neutras. Estas evidências confirmam a robustez do efeito de contaminação e apontam para a emocionalidade evocada por ameaças como um mecanismo proximal. Estes resultados têm implicações na explicação de como o sistema imunitário comportamental opera e para o quadro- teórico da memória adaptativa.

The behavioral immune system is a defense system developed by natural selection and coordinates a series of responses with the main objective of avoiding contact with pathogens. Memory is an essential component of this system and is tuned for contamination-threatening cues. However, how this tuning is achieved remains unclear. Previous research has focused mainly on cognitive processes as potential proximate mechanisms. In contrast, the present research examines the role of emotionality. For this purpose, we aimed to replicate the contamination effect and expand upon earlier studies by investigating how contamination-threatening cues impact psychophysiological indicators. The results demonstrated a significantly higher recall performance for objects touched by a sick person than by a healthy person, thus replicating the effect. Furthermore, when contamination-threatening cues were shown, the heart rate decelerated significantly more than when healthy cues were shown. These findings confirm the robustness of the contamination effect and provide insight into the emotionality elicited by threat as a proximate mechanism for memory tuning. These results have implications for explaining how the behavioral immune system operates and for the adaptive memory framework.