Investigação anterior sugere que pessoas de culturas com baixo contexto de comunicação são mais propensas ao uso estratégias de negociação direta do preservativo (por exemplo, pedir diretamente), enquanto pessoas de culturas com alto contexto de comunicação são mais propensas ao uso estratégias de negociação indireta do preservativo (por exemplo, usar a sedução). Analisámos a associação entre a cultura de comunicação e a utilização de diferentes estratégias de negociação de preservativos em dois contextos culturais distintos - Alemanha e Índia. Analisámos também se esta associação é explicada pela autoimagem (ou seja, como os indivíduos se definem a si próprios em relação aos outros), considerando que a autoimagem tem estado relacionada com o uso de estilos específicos de comunicação e negociação. Para testar estas hipóteses, conduzimos um estudo correlacional com 230 participantes (Midade = 25.81, SD = 5.51). Desenvolvemos a Expanded Condom Negotiation Scale (ECNS), uma escala que diferencia as estratégias de negociação do preservativo em termos de orientação (evitar vs. promover preservativo) e de direção (direto vs. indireto). Os resultados mostraram que participantes da Índia utilizam mais estratégias indiretas, enquanto participantes da Alemanha utilizam mais estratégias de negociação direta do preservativo. Um alto contexto de comunicação associou-se a maior utilização de estratégias diretas e indiretas para evitar preservativos, bem como a maior utilização de estratégias indiretas de promoção do preservativo e uma menor utilização de estratégias diretas de promoção do preservativo. Além disso, a associação entre alto contexto de comunicação e a maior utilização de estratégias indiretas de promoção do preservativo, foi explicada através de uma autoimagem interdependente. Em conclusão, este estudo ilustra a importância de examinar variáveis culturais a nível individual, para compreender a razão pelo qual as pessoas usam estratégias distintas na negociação de preservativos.

Former research suggests that individuals from low context communication cultures are more likely to use direct condom negotiation strategies (e.g., direct request), whereas individuals from high context communication cultures are more likely to use indirect condom negotiation strategies (e.g., seduction). We examined the association between context communication culture and the use of different condom negotiation strategies in two distinct cultural contexts – Germany and India. Moreover, we investigated if this association is explained by self-construal (i.e., how individuals define themselves in relation to others), considering that self-construal has been related to the use of specific communication and negotiation styles. To test these hypotheses, we conducted a cross-sectional study with 230 participants (Mage = 25.81, SD = 5.51). We developed and validated the Expanded Condom Negotiation Scale (ECNS), a scale to assess different condom negotiation strategies in terms of orientation (condom avoidant vs. condom promoting) and directness (direct vs. indirect). Results showed that participants from India reported using more indirect, whereas participants from Germany reported using more direct condom negotiation strategies. Higher (vs. lower) context communication was associated with more use of direct and indirect condom avoidant as well as more use of indirect condom promoting strategies and less use of direct condom promoting strategies. The association between higher (vs. lower) context communication with more use of indirect condom promoting strategies was explained by an interdependent self-construal. In conclusion, this study illustrates the importance of examining cultural variables on an individual level to understand why individuals use distinct condom negotiation strategies.