O debate sobre se uma transição democrática melhora o desenvolvimento económico do país tem sido contínuo ao longo dos séculos, tanto pela academia como pela sociedade. O objetivo deste estudo é determinar se os episódios de democratização tiveram um impacto positivo, negativo, ou nulo no crescimento económico, durante os 10 anos que o seguiram, compreendendo as diferenças geográficas, temporais e de regime. Esta investigação utiliza o método do controlo sintético em 30 episódios de democratização, de 1900 a 2010, nos 5 continentes. Para a análise de robustez foram realizados dois tipos de testes de placebo, duas experiências nos possíveis controlos, e foram analisados o suporte comum e os pesos dos países e foi calculado o Efeito Médio do Tratamento para 5 períodos. Os resultados mostram um impacto positivo da transição democrática no desenvolvimento económico médio de 2 p.p, com os períodos de impacto positivo a demonstrarem ser mais robustos que os negativos. As margens decrescentes à escala da democratização, discutidas por Barro (1999), neste estudo resultam em margens decrescentes à escala da democratização mundial do período, ou seja, quanto mais países se tornam democracias no mesmo espaço temporal, menor é o impacto da transição democrática no crescimento económico (Noruega, Finlândia, Itália, Japão, Barbados, Botswana, Malta, Coreia do Sul, Polónia, Peru). Deste modo, é possível defender que ser o primeiro país a migrar para uma democracia numa determinada região pode representar uma vantagem comparativa para apresentar um maior impacto da democratização na taxa de crescimento do PIB real "per capita".

Whether becoming a democracy improves the country’s economic development is an ongoing debate throughout the centuries, both in academia and society. The purpose of this study is to determine if the impact of democratisation episode had a positive, negative, or no impact on economic growth, by understanding geographical, temporal and pre-regime differences, in the ten-year period intra democratisation episode. This research employs the synthetic control method in 30 democratisation episodes, from 1900 to 2010, from the 5 different continents. To robust the analysis it was performed two types of placebo tests, two different experiences were performer regarding the controls’ donor pool, the common support and weights were analysed, and the Average Treatment Effect was calculated for five different time horizons. The results show an overall positive impact of the democratic transition on economic growth of 2 p.p., with the positive impact periods being more robust than the negative impact periods. The decreasing returns to scale of democratisation, discussed by Barro (1999), can progress to decreasing returns to scale of worldwide democratisation, i.e., while more countries become democracies at the same time, the impact of democratic transitions on economic growth decreases on the new regime transitions (Norway, Finland, Italy, Japan, Barbados, Botswana, Malta, South Korea, Poland, Peru). Therefore, it can be argued that being the first country to become a democracy in a certain region may be a comparative advantage to display a greater impact on real GDP "per capita" growth rate.