O trabalho aqui apresentado assume como principal enfoque o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no sector na saúde. Visa especificamente perceber o papel das TIC no sector da saúde em função de um contexto específico, o da sociedade comunicacional em rede, onde o indivíduo, dotado de (in)capacidade de reflexão e acção, a partir das suas experiências, interage com o contexto, podendo assimilá-lo e posteriormente, convertê-lo em estrutura. A análise do papel do uso das TIC no sector da saúde é desenvolvida através da articulação de três níveis de análise. Num nível macro, as políticas do sector da saúde foram consideradas como parte integrante das políticas (de reforma) da Administração Pública (AP), entendida como braço executante do Estado. A integração do sector da saúde e das TIC no Estado, advém do facto de sermos um país de inspiração beveridgiana, onde parte do financiamento da saúde provem do OGE, mas também por teoricamente haver uma forte identificação com a (des)promoção do uso das TIC por parte do Estado. A nível meso considerou-se o uso hospitalar das TIC. O micro nível corresponde à voz dos profissionais de saúde que profissionalmente usam as TIC. Concluiu-se que as TIC têm um lugar específico, mas pouco trabalhado ou consolidado nas políticas de saúde e com maior destaque nas da AP, que o seu uso nacional tem vindo a aumentar e apresenta singularidades e dinâmicas próprias e que, ainda que com algumas resistências (in)conscientes, os profissionais de saúde utilizam as TIC, tendo-se identificado alguns factores críticos ou facilitadores da sua implementação.

This research focused at the usage of Information and Communication Technology in the health sector. It intends to understand the role of ICT in health related with the specific context of the communicational and net society where each person have the (un)ability to reflect and act, and considering their own experiences, assimilate the context and converte it in structure. The role of ICT usage in the health sector is developed in 3 levels. At a macro level, we considered the health sector policies as a part of the Public Administration reform policies wich we assume as an executive arm of the State, once we are a beveridgerian nation, where a part of the health funding comes from the state budget, but also because of a theoretical approach that defends that the State assume an important role in the (des)promoting the ICT usage at a national level. At the meso level, we looked specifically to the ICT usage in the Portuguese hospitals. At the micro level, we considered the testimony of the health professionals that use ICT in their daily professional life. We concluded that the ICT have a special place in the health policies, but are unlaboured and undeveloped, with a higher highlight on the Public Administration; that the national hospital use is increasing and reveal specific trends, and that the health professionals use the ICT, albeit with some (un)conscient resistances, having been identified some critical factors for its implementation.