Título
Portugal e a NATO: diplomacia em tempo de guerra (1961-1968)
Autor
Santos, Pedro Manuel Silva
Resumo
pt
O trabalho que aqui se apresenta é o resultado de um estudo sobre a actuação da
diplomacia portuguesa no seio da Aliança Atlântica durante a década de sessenta do século
XX, numa altura em que se procuravam os apoios necessários para a sobrevivência da
política colonial do Estado Novo. Como se verá ao longo do estudo, a diplomacia
portuguesa obteve relativo sucesso em algumas diligências realizadas no quadro de apoio
multilateral da Aliança. Isto não quer dizer, contudo, que a NATO apoiasse integralmente a
política colonial de Salazar. Segundo Costa Pinto, “a muralha protectora da Aliança no
contexto da Guerra Fria diminuiu o isolamento internacional e permitiu um apoio militar
importante.” Esta foi indubitavelmente a principal característica do apoio da Aliança a um
aliado que era vituperado por alguns parceiros, designadamente pelos países nórdicos. A
Dinamarca e a Noruega, bem como o Canadá e Holanda, foram os mais críticos da Ditadura
portuguesa. Logo em 1961, “a Noruega bloqueou qualquer venda de armas a Portugal e
daqui, como do Canadá, partiram alguns projectos de expulsão do país da própria NATO.”