O nomadismo digital é um fenómeno emergente associado ao avanço tecnológico e à globalização, caracterizado pela mobilidade geográfica de indivíduos que trabalham remotamente. Este estudo exploratório tem como objetivo compreender os perfis de nómadas digitais e as motivações associadas a diferentes tipos de deslocação geográfica, recorrendo à teoria dos fatores "push-pull". Através de uma metodologia quantitativa, foi aplicado um questionário "online" e foram obtidas 87 respostas válidas. Os tipos de nómadas digitais e as motivações foram analisados em função do tipo de percurso - percurso intercontinental e percurso intra-país/inter-regional - e o estudo sugere que as características e motivações dos nómadas digitais variam consoante o tipo de percurso, contribuindo para uma maior compreensão deste fenómeno contemporâneo. No percurso intercontinental, destaca-se o facto de os assalariados e os empresários estarem mais próximos de níveis intermédios das variáveis, ao contrário dos "freelancers", e apresentarem uma valorização pessoal e contextual. No caso de trajetos mais curtos, o tipo "freelancer" parece estar mais próximo do zero nos dois eixos, não estando relacionado nem com o pragmatismo operacional nem com orientação para o meio e interação social, enquanto o tipo empresário tem maior orientação para o meio e interação social do que pragmatismo operacional.

Digital nomadism is an emerging phenomenon associated with technological advancements and globalization, characterized by the geographical mobility of individuals working remotely. This exploratory study aims to understand the profiles of digital nomads and the motivations associated with different types of geographical movement, using push-pull factor theory. Using a quantitative methodology, an online survey was conducted, yielding 87 valid responses. Digital nomad types and motivations were analyzed based on the type of journey - intercontinental travel and intra-country/inter-regional travel - and the study suggests that digital nomads’ characteristics and motivations vary depending on the type of journey, contributing to a better understanding of this contemporary phenomenon. On intercontinental journeys, it is noteworthy that employees and business owners are closer to intermediate levels of the variables, unlike freelancers, and show a greater appreciation for personal and contextual values. For shorter routes, the freelancer type appears to be closer to zero on both axes, not being associated with either operational pragmatism or orientation toward the environment and social interaction, whereas the business owner type shows greater orientation toward the environment and social interaction than toward operational pragmatism.