A aceleração da transição energética em países em desenvolvimento, particularmente, na África Subsaariana, apresenta questões estruturais e de grande complexidade que requer uma interação dinâmica entre componentes políticos, económicos, tecnológico, sociocultural e institucional. Este estudo identifica os principais obstáculos e oportunidades que influenciam a aceleração das transições energéticas sustentáveis, salientando os seus impactos no desenvolvimento sustentável. A questão central da pesquisa é: quais são as principais bloqueios e oportunidades que se colocam à aceleração da transição energética sustentável nesses países? O estudo centrou-se no modelo da Perspetiva Multinível das transições sociotécnicas. Com base na análise de dados, comparou-se os diferentes países e grupos de países (desempenho baixo – Angola, desempenho médio alto – Nigéria e desempenho alto – Cabo Verde). Os países foram agrupados a partir da variável “acesso a energia”, isto porque, está alinhada com o desenvolvimento sustentável. O estudo considerou inicialmente a insuficiência do investimento como um dos principais bloqueios a posteriori, destacando mais tarde aspeto políticos como restrições fundamentais que minam os investimentos em capital humano, Investigação e Desenvolvimento e tecnologias sustentáveis. Os resultados revelaram uma relação negativa entre instabilidade política e investimento e maior corrupção reduz a eficiência governamental. A análise indicou que o aumento de investimento em energia está positivamente correlacionado com investimento em energia renováveis. Maior geração de energia está associada a um aumento nas emissões. No entanto, geração de energia impulsiona o crescimento económico. Além disso, a melhoria do acesso à energia, especialmente à energia limpa impactam positivamente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A análise comparativa revelou diferenças estatisticamente significativas principalmente entre países com baixo e alto desempenho nos indicadores estudados, Acesso a energia, Produto Interno Bruto per capita e IDH. Dado o impacto significativo dos investimentos em energia com baixo teor de carbono e dos fatores políticos que permitem esses investimentos, a direccionalidade e o controlo da corrupção surgem como fatores-chave para promover o acesso à energia, sem aumento das emissões e com maior desenvolvimento humano. Além disso, novas fontes de financiamento são fundamentais para reforçar o processo de transição energética para o desenvolvimento sustentável, em especial nos países em desenvolvimento da África Subsaariana.

Accelerating the energy transition in developing countries, particularly in Sub-Saharan Africa, presents structural and highly complex issues, requiring dynamic interactions among political, economic, technological, sociocultural, and institutional components. This study identifies key barriers and opportunities influencing the acceleration of sustainable energy transitions, emphasizing their impacts on sustainable development. The central research question is: what are the main barriers and opportunities for accelerating the sustainable energy transition in these countries? The study centred on the Multilevel Perspective model of socio-technical transitions. Based on the data analysis, the different countries and groups of countries were compared (low performance - Angola, medium-high performance - Nigeria and high performance - Cape Verde). The countries were grouped based on the ‘access to energy’ variable, because it is aligned with sustainable development. The study initially considered inadequate investment as a primary barrier, later highlighting political factors as fundamental constraints undermining investments in human capital, Research and Development, and sustainable technologies. Findings revealed a negative correlation between political instability and investment and with higher corruption levels clearly reducing governmental effectiveness. The analysis indicated that increased investment in energy correlates positively with investment in renewable energy. Higher energy generation is associated with increased emissions. Nevertheless, energy generation positively impacts economic growth. Additionally, improved access to energy, especially clean energy, positively influences the Human Development Index (HDI). Comparative analysis showed statistically significant differences primarily between countries with low and high performance in the indicators studied, Access energy, Gross Domestic Product per capita and HDI. Given the significant impact of the investments in low carbon energy and of political factors to enable these investments, directionality and control of corruption come out as key drivers to promote access to energy, without increased emissions and enhanced human development. Furthermore, new financing sources are critical in enhancing the energy transition process for sustainable development, particularly in Sub- Saharan African developing countries.