Atualmente, o teletrabalho desperta preocupações crescentes sobre a saúde mental e o bem- estar dos trabalhadores, impulsionando a necessidade de investigação nesta área. Este estudo inseriu-se no contexto do modelo das exigências-recursos do trabalho, para examinar a relação entre o regime de trabalho e o bem-estar. No regime de teletrabalho, o tédio resultante da falta de estímulos é uma exigência com o qual o trabalhador pode potencialmente ter de lidar. No entanto, as evidências sobre o impacto do teletrabalho na propensão ao tédio e no bem-estar geral ainda são reduzidas. Diante desse cenário, esta dissertação teve como objetivo analisar o efeito do regime de trabalho (presencial versus teletrabalho) na propensão ao tédio, bem como compreender como este influencia o bem-estar dos colaboradores. Para testar o modelo proposto, foi realizado um estudo quantitativo, no qual participaram 200 profissionais. Os resultados sugeriram que o regime de trabalho influenciou negativamente o tédio e que, este por sua vez, influenciou o bem-estar. Este estudo oferece contribuições teóricas e práticas ao examinar o impacto do teletrabalho no bem-estar dos trabalhadores. Ao explorar a relação entre o teletrabalho e a propensão ao tédio, revela-se a importância das dinâmicas sociais e organizacionais no bem-estar dos colaboradores. As implicações práticas incluem o desenvolvimento de estruturas de teletrabalho que minimizem a falta de estímulos, promovendo rotinas diárias, metas claras e interações sociais, de forma a reduzir o isolamento e manter a motivação. Os resultados poderão apoiar a criação de programas focados na saúde mental e bem-estar dos trabalhadores remotos.

Nowadays, teleworking raises growing concerns about workers' mental health and well-being, driving the need for research in this area. This study was carried out in the context of the work demands-resources model, to examine the relationship between work regime and well-being. In the teleworking regime, boredom resulting from a lack of stimuli is a demand that workers may potentially have to deal with. However, the evidence on the impact of teleworking on boredom propensity and general well-being is still limited. Given this scenario, this dissertation aimed to analyze the effect of the work regime (face-to-face versus teleworking) on the propensity to boredom, as well as to understand how it influences the well-being of employees. To test the proposed model, a quantitative study was carried out in which around 200 professionals took part. The results suggested that the work regime negatively influences boredom and that boredom in turn influences well-being. This study makes theoretical and practical contributions by examining the impact of teleworking on workers' well-being. Exploring the relationship between teleworking and boredom propensity reveals the importance of social and organizational dynamics on employee well-being. Practical implications include the development of teleworking structures that minimize the lack of stimuli by promoting daily routines, clear goals and social interactions in order to reduce isolation and maintain motivation. The results could support the creation of programs focused on the mental health and well-being of remote workers.