Título
Atitudes sobre os maus-tratos infantis em mães santomenses imigrantes em Portugal
Autor
Nascimento, Sercileyne Nunes do
Resumo
pt
Os maus-tratos infantis constituem-se como um problema de saúde pública que afeta
crianças/jovens em todo o mundo. Apesar dos esforços já realizados para prevenir e intervir
nos maus-tratos, persistem desafios e barreiras na resolução desta problemática, incluindo nos
países em desenvolvimento caracterizados pela escassez de investigação. Este trabalho visou
explorar as atitudes sobre maus-tratos infantis em mães santomenses imigrantes em Portugal,
assim como as associações com o stress tóxico parental e variáveis sociodemográficas. A
amostra incluiu 50 mães santomenses imigrantes em Portugal, com filhos entre os 2 e os 6
anos. As participantes completaram o Maltreatment Q-Sort (MQS) (Woudstra et al., 2020),
que mede as atitudes acerca dos maus-tratos, e o Impacto Funcional do Stress Tóxico nos Pais
(Moreno et al., 2021). O abuso físico foi considerado como o subtipo de maus-tratos mais
prejudicial e a negligência emocional como a menos prejudicial. As atitudes acerca dos maus-
tratos não revelaram estar associadas ao stress tóxico. Porém, foram observadas associações
significativas entre a nocividade atribuída aos maus-tratos e fatores sociodemográficos (e.g.,
tempo em Portugal, ser mãe solteira). Estes resultados informam acerca das necessidades e
especificidades das famílias imigrantes, e boas práticas para a promoção e proteção dos direitos
das crianças e jovens.
en
Child maltreatment is a public health issue that affects children and young people worldwide.
Despite ongoing efforts to prevent and address maltreatment, challenges and barriers persist in
resolving this issue, especially in developing countries, where research is often scarce. This
study aimed to explore attitudes towards child maltreatment among immigrant mothers from
São Tomé and Príncipe in Portugal, as well as the associations between these attitudes, parental
toxic stress, and sociodemographic variables. The sample included 50 immigrant mothers from
Sao Tome and Principe in Portugal, with children from 2 to 6 years of age. The participants
completed the Maltreatment Q-Sort (MQS) (Woudstra et al., 2020), aiming to assess maternal
attitudes towards child maltreatment, and completed the Functional Impact of Toxic Stress for
Parents (FITS-P) (Moreno et al., 2021) and a sociodemographic questionnaire. Physical abuse
was considered the most harmful form of maltreatment, while emotional neglect was seen as
the least harmful. Attitudes towards maltreatment were not found to be associated with toxic
stress. However, significant associations were observed between the perceived harmfulness of
maltreatment and sociodemographic factors (e.g., length of time in Portugal, being a single
mother). These findings highlight the specific needs of immigrant families and suggest best
practices for promoting and protecting the rights of children and young people.