Título
Empoderamento, auto-determinação e rendimento académico: o papel moderador de variáveis individuais e da sinalização no sistema de promoção e proteção
Autor
Morbey, Daniela Cabral
Resumo
pt
No presente trabalho procurou-se perceber o papel dos processos de empoderamento e autodeterminação no rendimento académico das crianças e jovens, assim como de que forma esta
relação pode ser afetada pela sinalização no sistema de promoção e proteção e pelas
caraterísticas individuais das crianças e jovens. Participaram neste estudo 114 crianças/jovens
(51% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos (M=13.63, DP=
1.598), encontrando-se quarenta e quatro destas crianças/jovens sinalizadas no sistema de
promoção e proteção. Os instrumentos administrados foram o Questionário
Sociodemográfico, o Questionário de Envolvimento e Controlo Percebido em Contexto
Escolar e, a Escala de Sentido de Poder.
Os resultados revelaram que os rapazes apresentam níveis superiores de auto-eficácia
comparativamente com as raparigas e, que as crianças/jovens sinalizadas apresentaram um
rendimento académico mais fraco quando comparadas com as não sinalizadas. Foi igualmente
observado que quanto maior o sentido de poder, maiores os níveis de resiliência em contexto
escolar e de auto-eficácia e, que quanto mais velhas estas crianças/jovens, maiores os níveis
de descontentamento e de desmotivação escolar e, consequentemente pior rendimento
académico. Concluindo, a sinalização mostrou-se como um fator de risco adicional nos
processos de dessempoderamento e, crenças de auto-eficácia, de envolvimento na escola e de
sentido de poder mais elevadas apresentam estar relacionadas com rendimento académico
positivo em ambas as disciplinas.
en
In the present study we sought to understand the role of empowerment and self-determination
processes in academic performance of children and youth, as well as how this relationship can
be affected by the reference to the child protection system and the individual characteristics of
children and youth. A sample of 114 children/youths (51% women), with ages between 10
and 18 years (M=13.63, DP=1.598), being forty-four of these children/youth accompanied by
the child protection system. The instruments included a socio-demographic questionnaire, the
perceived involvement and control in the school context questionnaire and, the sense of power
scale.
The results suggest that boys show higher levels of self-efficacy than girls, and also that
children/youths that have been reported in the child protection system are more poorly at
school when compared with children/youths out of the child protection system. Likewise, the
greater their sense of power, the higher their level of resilience and self-efficacy at school and
also the older these children/youths, the higher their level of disaffection and a lack of
motivation at school, as a consequence, the poorer their academic performance. In conclusion,
reporting children/youth has been shown to be an additional risk in the process of
disempowerment, and higher beliefs in self-efficacy, involvement in school and sense of
power have a positive impact in academic performance in both educational subjects.