Os últimos anos foram atravessados por uma crise financeira profunda que se manifestou de forma particularmente aguda em Portugal, mas que teve expressão entre muitos outros. Esta situação teve início em 2008 e atualmente não é evidente que esteja resolvida. A crise gerou um grande nível de endividamento quer do setor público quer do setor privado. Famílias, empresas e instituições financeiras foram atingidas pela crise, produzindo no país um aumento do desemprego e uma diminuição do crescimento económico. Esta dissertação tem como objetivo analisar o impacto do endividamento das famílias no desempenho da economia Portuguesa. A amostra refere-se ao período compreendido entre 2003 a 2016 e utilizam-se dados trimestrais. As variáveis em estudo são o montante de crédito para as famílias, o PIB, o consumo das famílias e a taxa de juro dos empréstimos às famílias. A metodologia adotada consistiu em técnicas de análise de séries cronológicas. Os resultados permitem concluir a crise económica, período estudado, tem bastante impacto negativo na economia Portuguesa. Isto é verificado na redução do PIB e consequentemente na redução do consumo das famílias. Por outro lado, a diminuição da conceção de crédito às famílias também provoca uma diminuição do poder de compra, afetando a economia do país. No entanto, o endividamento não significa necessariamente diminuição da economia do país, até pode numa fase inicial ser um estimulante ao crescimento económico de um país.

Portugal, as many other countries, recently went through a prolonged moment of financial crisis. This situation began in 2008 and is not resolved yet. The crisis triggered a high level of indebtedness in the public sector and the private sector. Households, firms and even financial institutions were affected by the crisis, causing an increase unemployment and, consequently, a decline of the country’s economic growth. In more recent years, the country's financial situation has tended to improve however the country has not fully recovered yet. This dissertation analyzes the impact of household indebtedness on the performance of the Portuguese economy. The sample refers to the period from 2003 to 2016 and the analysis is performed using quarterly data. The variables in this study are the amount of credit that households borrow, GDP, household consumption, and the interest rate on loans made by households. The results show that the period of economic crisis had a very negative impact on the Portuguese economy. This is seen on the reduction of the GDP and consequently on the reduction of the consumption of the families. On the other hand, a decrease in credit granted to households also causes a decrease in their purchasing power, affecting a country's economy. However, indebtedness does not necessarily mean a downturn in the country's economy, it may even initially stimulate a country's economic growth.