Título
Essays on debt maturity
Autor
Laureano, Luis Miguel da Silva
Resumo
pt
Esta dissertação é constituída por três estudos empíricos sobre a maturidade da dívida
antecedidos por dois capítulos introdutórios onde são descritas as bases de dados e as variáveis
utilizadas, assim como as principais teorias e estudos empíricos já existentes na literatura.
No primeiro estudo analisa-se a tendência na maturidade da dívida, desde 1980 até 2004,
para empresas norte-americanas e identifica-se se as alterações nos determinantes da maturidade
da dívida ao longo do tempo permitem explicar essa tendência. Observa-se que a tendência de
descida é estatisticamente significativa e que as empresas sem constrangimento financeiro
possuem, em média, maturidade da dívida mais elevada que as empresas com constrangimento
financeiro. Cria-se um modelo para explicar a maturidade da dívida utilizando os principais
determinantes encontrados na literatura mais relevante. Os resultados são mistos quanto ao
suporte das teorias existentes. Ao contrário da teoria dos custos de agência, verifica-se que
empresas com maiores oportunidades de crescimento possuem, em média, rácios superiores de
maturidade da dívida. Empresas regulamentadas têm mais dívida de longo prazo e empresas de
maior dimensão possuem dívida de maior maturidade na sua estrutura de capital. Empresas
sujeitas a taxas de imposto superiores possuem dívida de maior maturidade, assim como
empresas com maior maturidade nos seus activos. Os resultados não suportam a teoria de
sinalização ao mercado. Apresenta-se também evidência empírica que o modelo utilizado
sobrestima significativamente a média da maturidade da dívida e que as alterações ocorridas ao
longo do tempo nas características das empresas utilizadas no modelo não são suficientes para
explicar a tendência observada no rácio de maturidade da dívida.
No segundo estudo empírico investiga-se a relação entre a maturidade da dívida e as
condições macroeconómicas para empresas industriais norte-americanas desde 1974 a 2004.
Apresenta-se evidência empírica que as empresas utilizam mais dívida de curto-prazo durante
recessões económicas. No entanto, os resultados obtidos para empresas com constrangimento
financeiro são fracos. Ao nível da empresa não se encontra suporte para a hipótese dos custos de
agência. Por outro lado, os resultados identificam uma relação positiva entre dívida de
longo-prazo e oportunidades de crescimento, existindo maior impacte económico nas empresas
sem constrangimento financeiro. Observa-se uma relação positiva entre a dimensão da empresa e a maturidade da dívida mas não detecta-se nenhuma evidência empírica de que uma empresa
regulamentada tenha alguma influência significativa na escolha da maturidade da dívida.
Também não se encontra suporte para a teoria de sinalização em que as empresas utilizam a
escolha da maturidade da dívida para dar indicações ao mercado sobre a sua qualidade. O
princípio de que as empresas tentam acompanhar a maturidade dos seus activos com semelhante
maturidade no financiamento dos mesmos é fortemente suportada pelos resultados. Verifica-se
ainda que empresas sujeitas a maiores taxas de imposto financiam-se mais no longo-prazo.
No terceiro estudo empírico utilizam-se diferentes técnicas estatísticas e de data mining de
forma a dar suporte aos resultados obtidos anteriormente e ainda a procurar novas evidências que
permitam compreender melhor a escolha do nível da maturidade da dívida. Através da regressão
logística foi possível detectar que empresas de maior dimensão, com maiores oportunidades de
crescimento e maior maturidade dos activos e sujeitas a taxas de imposto superiores, têm maior
probabilidade de possuírem maturidade da dívida superior à média. Recorrendo à análise de
clusters identifica-se de forma distinta dois grupos homogéneos de empresas. Examina-se a
maturidade da dívida em ambos e encontra-se um bom suporte nos resultados obtidos
previamente. Através de árvores de classificação obtém-se resultados similares aos obtidos
através da regressão logística, enquanto através de árvores de regressão verifica-se que as
empresas de maior dimensão e com maior maturidade dos seus activos tenderão a ter, em média,
rácios de maturidade da dívida mais elevados.
en
This dissertation consists of three major empirical studies about debt maturity following
two introductory chapters describing the data used and also the most relevant theoretical and
empirical work in the existent literature.
In the first empirical study we examine the debt maturity trend from 1980 to 2004 for US
firms and identify if the changes in the debt maturity determinants over time help to explain that
same trend. We find evidence of a statistically significant downtrend. Unconstrained firms have
significantly higher average debt maturity than constrained ones. We model the average debt
maturity using the major determinants found in the most relevant literature. The results give
mixed support to most of the existing theories. Opposite to the agency costs theory, we find that
firms with higher growth options have higher average debt maturity ratios. Being a regulated firm
yields more long term debt and larger firms have higher debt maturity in their capital structures.
The signaling hypothesis finds weak support in the results. We provide evidence that our model
significantly overestimates the average debt maturity and that the changes occurred over time in
the firm characteristics used in the model do not explain the overall trend observed in the debt
maturity ratio.
In the second empirical study we investigate the relation between debt maturity and
macroeconomic conditions for US industrial firms from 1974 to 2004. We find some evidence
that firms hold more short-term debt during economic recessions. However, the results obtained
in the financially constrained and unconstrained subsamples are statistically weakly significant.
At the firm specific level we find no support for the agency costs hypothesis. In contrast, our
results show a positive relation between long-term debt and growth options with a stronger
economic impact in unconstrained firms. We find a statistically significant positive relation
between size and debt maturity and no evidence that being a regulated firm has any influence on
debt maturity choice. We also find no evidence that supports the signaling mechanism in which
firms use their debt maturity choice to signal their quality to the market. The matching principle
receives good support in our study, particularly from constrained firms. We find that firms with
higher effective tax rates borrow more long-term.The third empirical study focuses on using different approaches to provide support to
previous results and to find additional evidence in explaining the choice of the debt maturity
level. Through logistic regression we find that larger firms with more growing opportunities and
asset maturity and that are subject to higher tax rates are more likely to have higher average debt
maturity in their capital structure. Using cluster analysis we are able to clearly identify two
distinct groups. We examine the debt maturity in each group and find good support to the
previous findings. Using classification trees we find similar results to those obtained using
logistic regression while using regression trees yields the indication that the largest firms and
those with highest asset maturity are expected to have, on average, the highest debt maturity
ratios.