Título
A orçamentação por programas e a boa gestão
Autor
Salgado, Vítor Manuel Solinho
Resumo
pt
Este trabalho visa a orçamentação do Estado baseada no desempenho em Portugal e
mostra um modelo de desenvolvimento da Orçamentação por Programas ao nível do Governo
central. Portugal enfrenta desafios específicos com a introdução da orçamentação baseada no
desempenho, pois pretende efectuar a transição de um sistema hierárquico baseado no
controlo dos inputs para um sistema orçamental flexível baseado nas realizações e nos
resultados. De facto, Portugal tem obtido, ao longo dos anos, críticas por parte da UE, do
Eurostat, do FMI e da OCDE, devido ao tradicional sistema de orçamentação que estava entre
os menos fiáveis, transparentes e eficazes da Europa. Em 2005, o FMI consultou Portugal
(geralmente anual) e, entre algumas das conclusões preliminares, destacou a necessidade de
quaisquer contingentes assumidos através das PPP’s serem registados com a maior clareza na
documentação que acompanha os orçamentos anuais, para permitir uma avaliação completa
dos riscos associados sobre o futuro. O Governo Português solicitou à OCDE em 2008 a
realização de uma avaliação do processo orçamental em Portugal, que foi conduzida por uma
equipa de altos funcionários de Orçamento da OCDE como parte do programa de trabalho,
em Julho de 2008. Portugal deu um primeiro passo, desenvolvendo um orçamento protótipo
por programas que foi incluído no Orçamento do Estado para 2009. Parte das reformas remete
para a mudança na formulação, implementação, acompanhamento e avaliação do Orçamento
do Estado, através da adopção do sistema de Orçamentação por Programas. Através da
Orçamentação por Programas, a contabilidade e o controlo da eficiência da despesa pública, o
controlo da eficácia dos planos de acções e os custos de cada programa, simplificam o
planeamento plurianual e a transparência das finanças públicas. As experiências dos países da
OCDE revelam que a introdução da orçamentação baseada no desempenho é um processo de
longo prazo que requer não só uma reforma institucional, mas também uma mudança cultural.
A vontade política é necessária à concretização da implementação destas reformas,
especialmente no início de cada nova fase. A Orçamentação por Programas deverá ter uma
ligação próxima com o SIADAP e o QUAR.
en
This work aims the performance budgeting of the State in Portugal and shows one
development model of programmes budgeting at the Central Government. Portugal faces
specific challenges in introducing performance budgeting because it seeks from hierarchical
system with very detailed control of inputs to the opposite end of the spectrum, a delegated
budget system based on outputs and results. In fact Portugal, over the years, received criticism
at the his budgeting process by the EU, the Eurostat, the IMF and the OECD, due to
traditional budgeting system that were among the less reliable, less transparent and less
effective in Europe. In 2005, IMF (official staff visit) consultation Portugal (usually annual)
and some preliminary conclusions, it highlighted the need that any contingent commitments
entered into through PPP be recorded with the utmost clarity in the documentation
accompanying annual budgets, to allow a full assessment of the future associated risks on the
future. The Portuguese government requested the OECD in 2008 to undertake the review of
budgeting system in Portugal which was conducted as part of the work programme of the
OECD Working Party of Senior Budget Officials (SBO), in July 2008. Portugal as a first step,
it developed a prototype program budget which was included in the budget for 2009. Part of
the reforms refers to the change in formulating, implementing, monitoring, and evaluating the
State Budget, by adopting the system of program budgeting. Through program budgeting, the
recording and control of the efficiency of public expenditure, the control of the effectiveness
of actions plans and the cost of each program, multiyear planning and the transparency in
public finance are facilitated. The experiences of OECD countries highlight that introducing
performance budgeting is a long-term process that requires not only institutional reform but
also cultural change. Political support and pressure are necessary to push these reforms,
especialy at the lanch of each new stage in the reform process. The programme budgeting
iniciative shoul be closely linked with the SIADAP and QUAR.