Título
O impacto da semana de trabalho de quatro dias na qualidade do emprego em Portugal
Autor
Ribeirete, Sofia Moreira
Resumo
pt
Com a crescente valorização de empregos que promovam qualidade e bem-estar, a semana de
trabalho de quatro dias surge como uma promessa de transformação no ambiente laboral.
O presente estudo analisa o impacto da semana de trabalho de quatro dias na qualidade do
emprego em Portugal, no contexto do Projeto-Piloto promovido pelo Governo Português. A
investigação foca-se em empresas envolvidas no projeto, identifica potencialidades e
fragilidades iniciais, os impactos na Intensidade do Trabalho, Equilíbrio Trabalho-Vida e
Relações Interpessoais, bem como as limitações enfrentadas e respetivas adaptações.
Para tal, foi adotada uma metodologia qualitativa, com entrevistas semiestruturadas realizadas
com líderes e gestores de cinco empresas de diferentes setores. As entrevistas foram analisadas
segundo o método de análise de dados, possibilitando a identificação de categorias chave e a
exploração das experiências e das estratégias das empresas.
Os resultados mostraram que as empresas reconhecem potencialidades, como a manutenção da
produtividade, a atração de talento, a melhoria do equilíbrio trabalho-vida e a preocupação com
o bem-estar dos colaboradores. Contudo, surgiram fragilidades, como desafios logísticos,
receios de aumento da carga de trabalho e dúvidas quanto à viabilidade do modelo. Foram
também revelados impactos positivos no equilíbrio trabalho-vida e nas relações interpessoais,
exigindo ajustes na intensidade do trabalho. As limitações incluem resistência à mudança,
receio do impacto nos clientes, gestão de tempo, de férias, feriados e licenças.
en
With the growing emphasis on jobs that promote quality and well-being, the four-day workweek
emerges as a promising transformation in the workplace.
This study analyzes the impact of the four-day workweek on job quality in Portugal within the
context of the Pilot Project promoted by the Portuguese Government. The research focuses on
companies involved in the project, identifying initial strengths and weaknesses, the impacts on
Work Intensity, Work-Life Balance, and Interpersonal Relationships, as well as the limitations
faced and corresponding adaptations.
To achieve this, a qualitative methodology was adopted, with semi-structured interviews
conducted with leaders and managers of five companies from different sectors. The interviews
were analyzed using data analysis methods, enabling the identification of key categories and
the exploration of the companies experiences and strategies.
The results showed that companies recognize potential benefits, such as maintaining
productivity, attracting talent, improving work-life balance, and addressing employee well-
being. However, weaknesses also emerged, including logistical challenges, concerns about
increased workloads, and doubts about the model’s feasibility. Positive impacts on work-life
balance and interpersonal relationships were also revealed, requiring adjustments to work
intensity. The limitations include resistance to change, concerns about client impact, and
challenges related to time management, vacations, holidays, and work leaves.