Perante o envelhecimento demográfico crescente, os sistemas de saúde enfrentam o desafio de adaptar a sua resposta a mais utentes idosos e a problemas de saúde com mais incidência nesta faixa etária. Neste grupo, estão as fraturas da anca, com impacto sobretudo na qualidade de vida dos doentes, cujo tratamento atempado é ponto-chave na recuperação da sua autonomia. Este projeto tem como objetivo a análise do percurso pré-operatório do doente com fratura da anca, no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, propondo estratégias para reduzir a demora pré-operatória e melhorar experiência do utente e os outcomes de saúde. Recolheram-se dados relativamente aos 840 episódios de doentes com mais de 65 anos, diagnosticados com fratura da anca e intervencionados entre janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Adicionalmente, foram também realizadas entrevistas aos profissionais envolvidos neste tratamento. Os resultados evidenciam que o tempo médio de espera para cirurgia destes doentes é de 6,46 dias e que 88% esperam mais do que 48 horas pela cirurgia (o que não se encontra conforme as normas), o que realça a necessidade de uma análise aprofundada deste percurso, a fim de melhorar a performance da instituição e a resposta a estes pacientes. Para reduzir esta demora pré-operatória, são apresentadas várias recomendações, como a criação de uma “via verde” para fraturas da anca, a aplicação da tomossíntese no diagnóstico, a avaliação dos fluxos do BO, melhor comunicação entre serviços clínicos e a aposta no benchmarking, a partir de iniciativas com outros centros hospitalares com melhor performance.

With the increasing demographic aging, health systems have been facing the challenge of adapting their response to older patients when dealing with a higher incidence of pathologies and recurring health problems of this age group. It includes hip fractures, which have a strong impact on the patients’ quality of life, whose early treatment is a key point in recovering their autonomy. This project aims to analyse the pre-operative pathway of hip fracture patients, in the Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE, with the aim of improving patient’s experience and reach better health outcomes, by reducing the waiting time for surgery. It was collected data from 840 episodes of patients over 65 years old, diagnosed with hip fracture, and with the surgery performed between January 2021 and December 2022. Besides, some interviews were conducted with the professionals involved in this treatment. The results show that the average waiting time for surgery is 6.46 days and that 88% of patients wait more than 48 hours to have their surgery (as stipulated on the guidelines), which justifies the need for an in-depth analysis in order to improve the institution's performance and the response to these patients. With the purpose of reducing this preoperative delay, some recommendations were pointed out as the creation of a “fast track” for hip fractures, the tomosynthesis application in this injuries’ diagnosis, the evaluation of operating room flows, better communication between clinical services and continually do a benchmarking, based on joint initiatives with hospitals with better performance.