Trinta anos volvidos após as guerras dos anos 1990, os Balcãs Ocidentais enfrentam novos desafios devido ao impacto potencial da guerra da Ucrânia na estabilidade regional. Neste projeto, abordarei os eventos e as razões que conduziram à dissolução sangrenta da Jugoslávia de Tito, procurando demonstrar a co-relação com a dissolução da URSS e a história recente da Ucrânia. Considerei dois casos de estudo: a Bósnia e Herzegovina, devido à complexa estrutura política resultante dos acordos de paz de Dayton e o frágil equilíbrio entre as duas entidades, com as ameaças de secessão da liderança pró-russa da Republica Srpska, e o risco de divisão dentro da Federação; e o Kosovo, não reconhecido pelas Nações Unidas, e com o processo de normalização com a Sérvia num impasse. Após abordar o seu contexto atual, o foco é em como os jovens políticos, ativistas e analistas veem o risco de contágio da guerra da Ucrânia, e como preveem o futuro da região. Devido à sua influência regional, abordei também influenciadores políticos da Sérvia, Albânia e Croácia. Analisei o conteúdo de 22 entrevistas e as redes sociais de 70 indíviduos, recorrendo a Framing (enquadramento) como teoria estrutural de análise, e, esporadicamente, a Balcanismo. Concluí que os jovens influenciadores utilizam a Ucrânia como plataforma para comunicar um mensagem política local. Apesar de reconhecerem a ameaça, o risco de conflito não é mencionado proativamente ao seu público. O futuro passa, inequivocamente, pela NATO e pela União Europeia, por esta ordem.

Thirty years after the 1990s’s wars, the Western Balkans face a new challenge due to the potential impact of war in Ukraine in regional stability. In my research, I revisit the events and the reasons that led to the bloody dissolution of Tito’s Yugoslavia and seek to demonstrate how they relate to the dissolution of the USSR and Ukraine’s recent history. I considered two study cases: Bosnia and Herzegovina, due to a complex political structure issued of Dayton peace agreements and the fragile balance between the two entities, with Republika Srpska’s leadership’s threats of secession and pro-Russian drive, and the risk of split in the Federation; and Kosovo, unrecognised by the UN, with the normalisation process with Serbia in a deadlock. After contextualising their current situation, I focus on how their young politicians, activists and analysts see the risk of Ukraine war’s spilling over, and how they foresee the future of the region. Due to their regional influence, I also approached political influencers from Serbia, Albania, and Croatia. I explored the content of 22 interviews and social media posts from 70 individuals, by engaging with framing as a theoretical framework of analysis, and balkanism, occasionally. I concluded that young influencers leverage Ukraine to convey their political message locally. Despite considering it a real threat, the risk of conflict in the region is not proactively mentioned to their audience. The future is unequivocally linked to NATO and EU, by this order.