Título
O uso do Twitter enquanto ferramenta de campanhas eleitorais: o caso das eleições legislativas de outubro de 2019 em Portugal
Autor
Amaral, Camila Dias Janeiro Arroja do
Resumo
pt
Nos últimos anos, jornalistas, partidos políticos e o público têm utilizado o Twitter como
um indicador de tendências políticas. A presente dissertação centra-se na forma como os
candidatos às eleições legislativas em Portugal de 2019 o utilizam enquanto ferramenta
de campanha e se o uso desta foi capaz de equalizar o campo do jogo político. Utilizando
um conjunto de dados que conta com a análise detalhada do uso do Twitter por parte de
180 cabeças-de-lista, divididos por 20 círculos eleitorais e 9 partidos políticos préselecionados, o estudo procura explicar por que razão alguns candidatos são mais
propensos a adotar o Twitter, se a idade é ou não um fator que contribui para essa adoção
e se os partidos mais recentes e ditos de franja fazem ou não um uso mais exaustivo desta
plataforma relativamente aos partidos mainstream. Este trabalho assenta na ideia de que
as campanhas políticas online apenas reforçam as relações de poder existentes e fazem
com que se mantenha o status quo político. Tal, sugere que a teoria da normalização das
práticas de campanha está presente no Twitter, não alterando as práticas de comunicação
existentes. Assim, a principal conclusão é que o Twitter funciona apenas enquanto
instrumento que reforça as estruturas de poder existentes e cimentadas, em vez de as
desafiar, e tal alinha-se com a teoria da normalização, visto que a maioria dos seus
utilizadores mais ativos são candidatos bem estabelecidos do sistema e mediáticos que
dispõem de recursos financeiros para fazer campanha, quer offline, quer online.
en
In recent years, journalists, political parties and the public have used Twitter as an
indicator of political trends. This dissertation focuses on how candidates in the 2019
Portuguese legislative elections use it as a campaign tool and whether or not its use has
been able to equalize the field of political play. Using a set of data that includes a detailed
analysis of the use of Twitter by 180 list heads, divided into 20 electoral districts and 9
pre-selected political parties, the study seeks to explain why some candidates are more
likely to adopt Twitter, whether or not age is a factor contributing to this adoption, and
whether or not the more recent and so-called fringe parties make more exhaustive use of
this platform relative to mainstream parties. This work is based on the idea that online
political campaigns only reinforce existing power relations and maintain the political
status quo. This suggests that the theory of normalizing campaign practices is present on
Twitter, not changing existing communication practices. Thus, the main conclusion is
that Twitter only works as a tool that reinforces existing and cemented power structures
rather than challenging them, and this aligns with the normalization theory, as most of its
most active users are well-established system and media candidates who have the
financial resources to campaign both offline and online.