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Investigação • 19 set 2025
Iscte instala o maior banco de testes de fibra ótica multinúcleo

Iscte instala o maior banco de testes de fibra ótica multinúcleo do mundo no Metro de Lisboa

O projeto "test-bed" coordenado pelo professor Adolfo Cartaxo, Diretor da delegação do Instituto de Telecomunicações no Iscte, vai iniciar um conjunto de testes na linha Amarela do Metropolitano de Lisboa em parceria com a Heraeus Covantics, o principal fabricante europeu de fibra ótica.

Pela primeira vez, será possível testar em ambiente real a forma como funcionam as novas fibras com vários núcleos de transmissão de dados

Hoje, 99% da transmissão mundial de dados, cruzando continentes e oceanos, é feita em cabos com fibras óticas de um só núcleo. O “test-bed” que o Iscte vai instalar em Lisboa terá, porém, um cabo com 74 fibras óticas multinúcleo: 64 delas com quatro núcleos e 10 fibras com sete núcleos, totalizando 326 canais de transmissão de dados. Como as fibras serão ligadas entre si, estas atingirão os 728 quilómetros que representam 28 voltas completas ao longo do anel de 26 quilómetros (13 quilómetros da Linha Amarela entre a estação do metropolitano em Odivelas e a estação do Largo do Rato, no centro da capital, e outros 13 quilómetros de volta à estação do metropolitano em Odivelas). Os testes e demonstrações de transmissão de dados serão coordenados pelo Iscte nestas centenas de quilómetros de fibras embutidas no cabo de testes.

De acordo com Jorge Costa, Vice-Reitor do Iscte, o banco de testes terá impacto direto no posicionamento internacional de Portugal na área das comunicações óticas. “Ao combinarmos investigação aplicada com a sua validação em contexto real, criamos um espaço único para a colaboração entre a indústria, uma Universidade e centros tecnológicos. O nosso objetivo é que Lisboa se torne um ponto de referência para o desenvolvimento, teste e demonstração de novas gerações de redes óticas. É essa massa crítica que permitirá atrair talento qualificado para as empresas e a academia nacionais, reforçando a capacidade de inovação da economia portuguesa”.

Os testes do Iscte vão eliminar obstáculos que as empresas enfrentam quando querem experimentar novas tecnologias – sejam plataformas mundiais ou startups com propostas disruptivas. “Qualquer empresa, seja qual a for a sua dimensão, poderá acelerar o desenvolvimento de produtos e reduzir o tempo entre a fase de investigação e a entrada no mercado se vier fazer testes a Portugal. O país beneficiará diretamente do impacto do investimento internacional em tecnologia que for testada em Lisboa”, sublinha o Vice-Reitor do Iscte.

O valor do projeto de testes é de 2,3 milhões de euros: 588 mil euros de verbas europeias vêm do Programa Lisboa 2030, 900 mill euros da Fundação Calouste Gulbenkian, 800 mil de euros de verbas do Iscte. A instalação do cabo de fibras multinúcleo iniciou-se a 1 de setembro e ficará concluída antes do final de 2025, com os testes operacionais a decorrerem durante todo o ano de 2026.

A apresentação do projeto será dia 3 de novembro de 2025, no Auditório 302, no Edifício 4, do Iscte.

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