Housing as a Tool for Freedom: A Future Away from Incarceration propõe um olhar inovador sobre um dos maiores desafios sociais da atualidade: como apoiar, através da habitação, a reintegração de ex-reclusos, rompendo ciclos de exclusão, estigmatização e reincidência, olhando para Portugal, Bélgica e Noruega. “Uma forma de evitar que as pessoas regressem à prisão é garantir-lhes condições dignas de habitação. A casa é um dos alicerces da liberdade”, afirma Joana Pestana Lages, coordenadora do projeto.

Durante cinco anos, o projeto irá estudar as trajetórias habitacionais de pessoas que estiveram privadas de liberdade em Portugal, Bélgica e Noruega. Uma equipa de investigadores do Iscte irá focar-se nas estratégias de habitação e política urbana baseadas em evidências, relevantes para os debates em curso sobre a reforma prisional, a habitação e direitos humanos. Os resultados – estabilidade da vida dos ex-reclusos, facilidade no acesso a apoios sociais e eventuais reincidências – serão analisados e servirão de base a recomendações e modelos. 

“Este projeto parte da ideia de que a liberdade não se desenha com grades. Queremos contribuir para novas políticas sociais, mas também urbanas e habitacionais que rompam o ciclo entre prisão, pobreza e exclusão social”, afirma a arquiteta e investigadora Joana Pestana Lages. Segundo a investigadora do Iscte, “a casa, enquanto condição base para a estabilidade do ser humano, é uma condição material para a liberdade”.

O Iscte-Conhecimento e Inovação já soma 9,5 milhões de euros em seis bolsas do European Research Council (ERC). “O financiamento do ERC – um concurso europeu altamente competitivo – reconhece a excelência da investigação produzida no Iscte e confirma a ambição das nossas equipas”, afirma Maria de Lurdes Rodrigues, Reitora do Iscte. “Queremos transformar conhecimento em instrumentos de decisão pública, em parceria com autarquias e organizações, para que os resultados cheguem efetivamente às políticas e às pessoas.”.