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Investigação • 07 mar 2018
A ‘anti-corrupção desportiva’
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A manipulação de resultados é uma prática com grande impacto no meio desportivo e são já vários os casos divulgados pelos media, como o caso “Apito Dourado” ou operações mais recentes levadas a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) como “Jogo Duplo” e o caso “Matrioskas”. Marcelo Moriconi, investigador no CEI-IUL, coordena um estudo que visa promover a eficiência das políticas contra a combinação de resultados desportivos, através do investimento na formação e partilha de informação no meio.

 

É assim necessário chamar a atenção de entidades públicas para este assunto, pois a solução deve implicar diversos stakeholders e apostar na sensibilização e formação de agentes no terreno com ferramentas para este combate. O lançamento do projeto europeu Erasmus+ “Training on Protected Reporting System for Professional and Grassroot Sport” serviu de mote para debater estas questões e contou com a presença de vários especialistas no tema.

Luís Ribeiro da PJ, explicou que a regulamentação contra a corrupção desportiva implementada em Portugal em 2007, após o caso Apito Dourado, era insuficiente para a Polícia judiciária trabalhar e punia de forma muito menos gravosa esta atividade. Já a lei atual, implementada em 2017, trouxe uma melhoria à legislação, e dotou as entidades reguladoras de instrumentos para poderem combater a manipulação de resultados de forma mais eficaz em comparação com algumas legislações europeias.

João Paulo Almeida, Diretor Geral do Comité Olímpico de Portugal, chama ainda à atenção para a dura sugestão que a Comissão Europeia fez de que as “instituições desportivas não se conseguem governar” e daí a necessidade de sensibilizar diversos agentes no terreno para que seja possível combater esta prática. Também José Lima do PNED diz que a chave é apostar na formação da cidadania ainda em idade escolar, de forma a que se consiga apostar na formação, edução e sensibilização para a ética desportiva desde a camada jovem no desporto.  

A atividades estão a começar a ser desenvolvidas entre os parceiros deste estudo e a próxima ação pública está programada para o próximo ano (2019) na qual se vão procurar juntar num mesmo debate académicos, federações e clubes desportivos, atletas, membros do governo e restante sociedade civil.

Texto por Raquel Silva

Edição | Gabinete de Apoio à Investigação

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