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Investigação • 28 fev 2018
Festivais de luz, muito mais do que um evento de luz
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Os festivais de luz começam a ganhar terreno no panorama artístico-turístico nacional. O LUMINA Cascais será, até hoje, o mais conhecido, pela afluência e pela sua dimensão, mas não devemos deixar de pensar na atual emergência de pequenos eventos de luz por todo o país e a presença de outros festivais internacionais já reconhecidos: o Aura, em Sintra, e o Luza, em Loulé.

São programações que exigem uma preparação rigorosa, com uma grande componente curatorial, tanto de lugares na cidade como de peças não antes vistas. Manuel Garcia-Ruiz, doutorando no CIES-IUL em Sociologia, investiga estes festivais como instrumentos para o desenvolvimento cultural e territorial das cidades secundárias portuguesas (médias e pequenas) através da criação de um turismo criativo altamente competitivo e especializado.

 Mais do que um momento de convívio noturno, de sociabilidade de jovens, famílias e turistas, estes festivais procuram dar a conhecer uma vertente cultural pouco explorada das cidades e das artes. Não só pela sua especificidade, pela criação de espaços interativos com o público, a escolha das peças artísticas, a montagem do circuito para os visitantes, acumula os esforços de equipas e dos próprios municípios.

Na Europa, estes festivais datam do século XVII, com início no mais antigo festival ‘Fête des Lumières’ em Lyon, França, nascido de práticas religiosas. De destacar ainda o festival holandês Glow em Eindhoven, um dos maiores a nível europeu, ou o Signal Festival em Praga, um dos mais inovadores, assim como o Bella Skyway em Torun, Polónia, com curatoria portuguesa.

 

Manuel Garcia-Ruiz

E, conforme refere o investigador, ‘talvez não esteja a ser dada a devida atenção e relevância que estes festivais têm ganho em Portugal. A equipa do LUMINA cofundou e integra uma das maiores redes deste tipo de eventos do mundo.’ Foi ainda considerado pelo The Guardian como um dos 10 melhores festivais de luz da Europa, consolidando sua posição dentro do circuito artístico internacional, e colocando a vila de Cascais como um referente importante na arte-luz no panorama europeu.

 

Mais do que entretenimento ou um evento para chamar turistas, os festivais de luz reúnem em si uma vertente cultural e artística, de relevo para a economia local e com grande potencial para o desenvolvimento das cidades a vários níveis. Segundo Manuel Garcia-Ruiz, ‘trata-se de espaços de turismo e lazer, mas igualmente de promoção de literacia cultural, e dos próprios territórios, bem como são espaços e momentos de convívio para jovens e famílias.’

Torna-se, com o interesse crescente, imperativo obter resultados científicos sobre o alcance destes eventos culturais de forma a conseguir melhorar fontes de financiamento, potenciar os seus benefícios e conquistar o seu espaço na agenda das cidades envolvidas.

As edições dos festivais LUMINA, AURA e LUZA ainda não têm datas confirmadas, mas os preparativos estão em curso.

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