A institucionalização da Concertação Social ocorreu em Portugal há perto de quarenta anos, tendo recebido um novo impulso no início da década de 90, com a criação do Conselho Económico e Social.
Este trabalho traça a evolução das conjunturas governativas, económicas e sociais que se foram sucedendo, com diferentes protagonistas, diversos objetivos programáticos dos Parceiros Sociais e modos de concretização dos fins que estão cometidos à Comissão Permanente de Concertação Social.
Sob a forma de Preâmbulo, Fernando Medeiros apresenta um quadro interpretativo das relações coletivas de trabalho e das dificuldades sentidas nas últimas décadas no quadro europeu e, em especial, nos países do Sul da Europa. A sua visão enquadra e enriquece o trabalho sobre o caso português.
O Estudo tem duas partes distintas. Na primeira, sistematiza-se a evolução e os resultados da Concertação Social desde 1984 até 2008, assentando na investigação anterior, publicada em 2013 e 2017, nos dois volumes intitulados A UGT na história do movimento sindical português, com o contributo inestimável de José Maria Brandão de Brito.
Na segunda parte analisam-se os processos e os resultados da Concertação Social desde o início da crise económica internacional, em 2008, até à irrupção da pandemia, em 2020. Para tal, foi concebido um dispositivo metodológico adequado, incluindo análises da documentação produzida em CPCS e da imprensa publicada, entrevistas a alguns dos principais intervenientes e ainda construção de uma cronologia, iluminando o papel central assumido pela UGT na construção do Diálogo e Concertação Social em Portugal.