Nos últimos anos, o sistema de saúde português tem sido afetado por uma enorme crise, nomeadamente devido à falta de recursos humanos, consequentes condições de trabalho e à emergente exposição a riscos psicossociais que afetam a saúde dos profissionais de saúde e consequentemente as organizações. Assim, é fundamental para os gestores de saúde conhecer os fatores associados a estes constrangimentos com o propósito de aplicar medidas de melhoria para minimizar estes riscos e promover uma melhor gestão de recursos humanos. Este estudo pretende assim identificar quais os fatores e riscos psicossociais que mais afetam os profissionais do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca e as características associadas a uma maior prevalência de riscos psicossociais, analisando, especificamente, de que forma a sua perceção varia em função das características sociodemográficas (idade, género e habilitações literárias) e profissionais (departamento, categoria e vínculo profissional, anos de serviço e quantidade de horas de trabalho). Com esse propósito foi utilizado a versão média do Questionário Psicossocial de Copenhagen II de Kristensen et al. (2005) criado e divulgado através da plataforma Quatrics. Obtiveram-se 355 respostas válidas, o que corresponde a uma taxa de resposta de 11,1%. Os resultados permitem concluir que as exigências emocionais, cognitivas e o ritmo de trabalho representam os maiores riscos para os profissionais de saúde do HFF enquanto o significado, possibilidade de desenvolvimento, insegurança laboral, transparência e comportamentos ofensivos são fatores protetores à sua saúde. Além disso, foi possível estabelecer uma relação entre a características sociodemográficas e socioprofissionais e a perceção de riscos psicossociais.

In recent years, the Portuguese health system has been affected by a huge crisis namely due to the lack of human resources, consequent working conditions and the emerging exposure to psychosocial risks that affect the health of health professionals and consequently organizations. Thus, it is essential for health managers to know the factors associated with these constraints in order to apply improvement measures to minimize these risks and promote better human resource management. This study aims to identify which psychosocial factors and risks most affect Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca’s professionals and the characteristics associated with a higher prevalence of psychosocial risks, analyzing, specifically, how their perception varies according to sociodemographic (age, gender and educational qualifications) and socio-professional characteristics (category and professional relationship, years of service and number of working hours). For this purpose, the medium version of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire II by Kristensen et al. (2005) was used, created and disseminated through the Qualtrics platform. A total of 355 valid responses were obtained, which corresponds to a response rate of 11,1%. The results allow us to conclude that emotional and cognitive demands and the pace of work represent the greatest risks for HFF health professionals, while meaning, possibility of development, job insecurity, transparency and offensive behaviors are protective factors for their health. In addition, it was possible to establish a relationship between sociodemographic and socio-professional characteristics and the perception of psychosocial risks.