Projetos estratégicos 2020-22

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O Iscte - Instituto Universitário de Lisboa é uma instituição ímpar no panorama do ensino superior em Portugal, combinando nas suas quatro escolas e oito centros de investigação competências e recursos nas áreas das ciências económicas, sociais e humanas e das tecnologias de informação e comunicação.

A crise provocada pela Covid 19 e pela suspensão de grande parte das atividades económicas e sociais, bem como a forma como o Iscte respondeu à situação de emergência no primeiro semestre de 2020, vieram confirmar a sua robustez e a sua capacidade de inovação, e revelar que o Iscte tem as competências e recursos decisivos para continuar a desempenhar um papel no desenvolvimento do país, com particular ênfase no domínio da transformação digital.


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No quadro do Plano Estratégico para 2018-2022, e do documento “Perspectivas de Desenvolvimento do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa” apresentado ao Governo, em março de 2019, foram definidos novos objetivos e desenhados projetos específicos que se encontram em diferentes fases de desenvolvimento:

  • Reabilitação do edifício do IMT, na Avenida das Forças Armadas, para instalação da associação Iscte Conhecimento e Inovação, um centro de valorização e transferência de tecnologias. Este projeto mereceu a aprovação da CCDR de Lisboa e Vale do Tejo e beneficia do apoio financeiro de fundos estruturais de 4,8 M€, correspondente a 40% do investimento. (Despacho n.º 135/2019 – criação do grupo de missão e designação do coordenador);


  • Criação de residências de estudantes, com valência de escolas de Verão e de Inverno, em diferentes municípios da Área Metropolitana de Lisboa, para responder às necessidades da procura deste tipo de alojamento, acessível a alunos com baixos rendimentos. (Despacho n.º 43-B/2019 e Despacho n.º 13/2020 – criação da equipa de missão e designação do coordenador):
    • No município de Odivelas, o projeto em cursos consiste na recuperação de parte do edifício do antigo colégio de Odivelas (instalação de cerca de 240 camas);
    • O segundo projeto, a lançar em conjunto com a Universidade Nova de Lisboa, numa parceria com a IP Património, consiste na construção de residências universitárias em estações ferroviárias. Numa primeira fase, com localizações no edifício da estação de caminho de ferro de Santa Apolónia (estudos preliminares em elaboração), nos terrenos anexos à estação do Pragal (em fase de negociação com a Câmara Municipal de Almada) e nos terrenos anexos à estação da Portela, em Sintra;
    • Finalmente, está em negociação com a Câmara Municipal da Amadora (cedência do direito de superfície) a construção, de raiz, de uma residência de estudantes, do Iscte e da Universidade Nova de Lisboa.


  • Desenvolvimento do ensino e da formação de altos quadros para a ação humanitária, tendo sido lançado um curso de pós-graduação neste domínio, estando em processo de aprovação pela A3Es um curso de mestrado e estando a ser preparado um programa de mestrado internacional, em parceria com universidades de Cabo Verde, Brasil, Moçambique, Colômbia, Espanha e Grécia;


  • Desenvolvimento do ensino e da investigação em ciência de dados, tendo sido lançados vários cursos de primeiro e segundo ciclos, tirando partido da concentração, num mesmo espaço universitário, de uma diversidade de áreas disciplinares de aplicação, nas ciências de informação como na estatística e nas ciências sociais.


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A crise provocada pela pandemia da Covid 19 não põe em causa nem retira relevância a qualquer dos projetos em curso. Muito pelo contrário, torna mais urgente o seu desenvolvimento:

  • A recuperação do edifício para a instalação do Centro de Valorização e Transferência de Tecnologias responde apropriadamente às exigências de trabalho colaborativo e interdisciplinar, na resposta da investigação aos desafios societais. Acresce que a integração deste novo edifício no campus do Iscte, acrescentando cerca de 8.000 m2, vem melhorar de forma significativa as condições de desenvolvimento das atividades presenciais e no cumprimento das regras de distanciamento físico;
  • No que respeita à construção de residências de estudantes, as previsíveis alterações no mercado de habitação na cidade de Lisboa poderão aliviar a pressão da procura e diminuir a urgência na resolução do problema do alojamento dos estudantes. Porém, o problema é estrutural e requer soluções sustentáveis, pelo que se afigura prudente aproveitar os próximos dois anos para encontrar soluções que permitam atender também à necessidade de reduzir a densidade de uso deste tipo de espaços;
  • No que respeita aos projetos de ensino e investigação na área da ação humanitária e na área da ciência de dados, a crise veio revelar a necessidade de continuar o esforço de preparação de quadros nestas duas áreas, indispensáveis para enfrentar esta ou qualquer outra crise.

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A crise que atualmente vivemos e os caminhos apontados para a sua superação revelaram, contudo, a necessidade de desenhar novos projetos. Os planos nacionais e europeus que estão a ser preparados, e em vias de aprovação, indicam a urgência do desenvolvimento de projetos, por parte das instituições de ciência e de ensino superior, enquadrados nos objetivos de estabilização e recuperação económica do país. Assim, tomámos a decisão de desenvolver os seguintes novos projetos:

  • Em primeiro lugar, um projeto prioritário centrado no desenvolvimento de cursos à distância, no âmbito do qual a produção de conteúdos, as experiências síncronas e a gamificação serão centrais. Não apenas para responder a necessidades de formação de estudantes e executivos, internacionais ou nacionais residentes noutros pontos do país, necessidades já hoje sentidas, como para preparar um eventual cenário em que continue a ser exigida a distância física nos locais de ensino presencial, que transformará em prioritária a procura de ensino à distância. Será dada prioridade à oferta de cursos em português para responder à procura, já existente, por estudantes dos países de língua oficial portuguesa, mas também a uma potencial procura por estudantes nacionais. O projeto está a ser coordenado por Henrique O´Neil, devendo ser apresentada uma primeira proposta no final do mês de agosto de 2020, que inclua a identificação das ofertas formativas e as necessidades orçamentais para a criação de um laboratório de produção de conteúdos. (Despacho n.º 50/2019 – designação do responsável e da missão);


  • Em segundo lugar, a formação de jovens e de adultos, em tecnologias digitais aplicadas, em diferentes níveis de qualificação ganhou uma nova urgência e relevância tendo em conta as diretivas e programas europeus e nacionais nas matérias relativas à transformação digital. A resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2020, de 21 de abril, que aprova o Plano de Ação para a Transformação Digital, vem confirmar a relevância de responder com mais celeridade ao desafio de criação, em Sintra, de uma escola de tecnologias digitais aplicadas com a marca Iscte, em parceria com a Câmara Municipal de Sintra e com uma associação de empresas sediadas no município. A Câmara cedeu o terreno para a instalação da escola e um pré-projeto foi apresentado à CCDR, estando reunidas boas condições para o seu financiamento vir a ser aprovado por fundo europeus. Sintra é o concelho do país com população mais jovem e onde o abandono escolar por jovens que concluíram o secundário apresenta valores muito elevados, justificando-se a criação de uma oferta de ensino superior de proximidade, oferecendo formação nas áreas tecnológicas essenciais para a transformação digital, desde logo do tecido económico do concelho, bem como no espectro do que hoje podemos designar de um novo normal, económico e social. O projeto tem vindo a ser desenvolvido por Paulo Feliciano e Pedro Sebastião, devendo ser apresentada uma primeira proposta até ao final do mês de agosto 2020;


  • Em terceiro lugar, o ensino e investigação na área da saúde. O Iscte não tem, nem terá nunca, responsabilidades na formação inicial dos profissionais do sector da saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares de diagnóstico ou de terapêutica, entre outros. Porém, os seus centros de investigação e unidades orgânicas departamentais dispõem de recursos, capacidades, conhecimentos e competências dispersos por diferentes áreas disciplinares (psicologia, sociologia, ciências da comunicação, tecnologias digitais e redes, gestão, logística, gestão de recursos humanos, políticas públicas e serviço social), constituídos em torno de abordagens multidisciplinares dos problemas do sector da saúde. que são hoje essenciais à resolução dos problemas que o país enfrenta. Hoje, a complexidade dos problemas de saúde pública e outros convoca para a sua resolução o contributo de todas as disciplinas e áreas científicas, com abordagens multidisciplinares, pluridisciplinares e abrangentes. Nos próximos anos, será reforçada a tendência de concentração de recursos financeiros para ensino e investigação na área da saúde. O Iscte precisa de, neste campo, afirmar uma posição e de ganhar notoriedade, reputação e escala, demonstrando a importância dos recursos e competência que possui e, dessa forma, construir um posicionamento estratégico. Esse posicionamento estratégico e a definição de objetivos claros, nos planos da formação de executivos, do ensino pós-graduado, da consultoria e da investigação, são condições indispensáveis para que o Iscte possa participar nos desafios do desenvolvimento de conhecimento e de competências no sector da saúde em Portugal. Aos docentes e investigadores do Iscte, empenhados na área da saúde, importa certamente contribuir eficazmente para o conhecimento e desenvolvimento do sector, ver reconhecido o valor do seu contributo e poder vir a beneficiar de financiamentos adequados. Assim, é criada uma equipa de missão, coordenada por Luísa Lima e integrada por Elizabeth Reis, Generosa Nascimento, Rita Espanha, Francisco Nunes, Octavian Pastolache, Elsa Pegado e o perito Henrique Martins, com a missão de definir e lançar iniciativas que permitam construir o posicionamento estratégico do Iscte neste campo;


  • Em quarto lugar, um projeto de valorização da formação de altos quadros e dirigentes da Administração Pública e de criação de um centro de competências para o apoio à transformação digital dos organismos da administração pública central e local. A crise veio revelar a necessidade de melhorar e valorizar os quadros da Administração Pública e de apoiar os processos de desmaterialização, de desenvolvimento do teletrabalho e de competências em tecnologias digitais. O Iscte foi desafiado pelo Governo para, em colaboração com outras instituições de ensino superior, propor uma programa de valorização e requalificação do INA.. Com este projeto pretende-se afirmar a experiência do Iscte na formação e ensino nas áreas da administração pública e das políticas públicas, aprofundando o quadro de relações já existentes entre o Instituto das Políticas Públicas e Sociais e as instituições do sector privado, público e social. O projeto, ainda em fase embrionária, tem vindo a ser desenvolvido pela Reitoria e acompanhado por Ricardo Paes Mamede;


  • Finalmente, um programa de modernização tecnológica e administrativa do Iscte. No campo da gestão académica, o foco estará na modernização do Fénix e a aproximação à versão existente na Universidade de Lisboa, como forma de criar sinergias de colaboração no desenvolvimento da ferramenta. Será necessário, no âmbito deste projeto, melhorar a integração do Fénix com sistemas externos, nomeadamente com a ferramenta de gestão documental e dos fluxos procedimentais, bem como com o novo sistema de informação financeira e contabilística. O programa prevê ainda a implementação da iniciativa Erasmus Without Paper, visando melhorar as forma de intercâmbio de estudantes dentro do espaço europeu. Está previsto, também, o desenvolvimento de uma aplicação para dispositivos móveis que simplifique o acesso da comunidade às principais facetas da vida académica. Será implementada uma plataforma de gestão de identidades e acessos, que para além de garantir a autenticidade do acesso e dificultar a fraude, permitirá com um único login o acesso generalizado a todas as plataformas do Iscte. A plataforma permitirá também gerir automaticamente o ciclo de um utilizador, aprovisionando o acesso aos diferentes recursos de forma automática quando este entra e sai da instituição. O programa prevê ainda uma nova fase de desenvolvimento da alteração da imagem e da marca Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, incluindo agora a renovação integral do site e a revisão da sinalética no interior e no exterior do campus. A execução do programa envolve os dirigentes de vários serviços (Infraestruturas Informáticas e de Comunicações, Gestão de Ensino, Recursos Humanos, Aprovisionamento e Património, Unidade Financeira, Gabinete de Desenvolvimento de Sistemas de Informação, Gabinete de Comunicação e ainda Rui Marinheiro responsável pela implementação da iniciativa Erasmus Without Paper).


 Julho 2020

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